- Ponto de interrogação.

Por acaso algum dia você se importou

Em saber se ela tinha vontade ou não

E se tinha e transou, você tem a certeza

De que foi uma coisa maior para dois

Você leu em seu rosto o gosto, o fogo, o gozo da festa

E deixou que ela visse em você

Toda a dor do infinito prazer

E se ela deseja e você não deseja

Você nega, alega cansaço ou vira de lado

Ou se deixa levar na rotina

tal qual um menino tão só no antigo banheiro

folheando as revistas, comendo as figuras

as cores das fotos te dando a completa emoção

são perguntas tão tolas de uma pessoa

Não ligue, não ouça são pontos de interrogação

E depois desses anos no escuro do quarto

quem te diz que não é só o vicio da obrigação

pois com a outra você faz de tudo

lembrando daquela tão santa

que é dona do teu coração

Eu preciso é ter consciência

do que eu represento nesse exato momento

no exato instante na cama, na lama, na grama

em que eu tenho uma vida inteira nas mãos.

Gonzaguinha
Enviado por LAURO PAIXÃO em 27/09/2018
Código do texto: T6460801
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