A Riponga Erudita
Desde que a vi que ela já era bonita
Uma morena linda de modo elegante
Ela fazia o mesmo curso que Eu fazia
Mas era de uma turma mais adiante
Mas de toda a faculdade ela era a mais interessante
Que me deixava com vontade de olha-la por mais um instante
A gente batia gazeta depois que soava a sineta
E quando ela não aparecia a gente só tocava punheta
Mas nos víamos no pátio num mesmo costumeiro sarau
Onde cada um tocava as suas músicas e as que gostava antes do tchau
E Eu ficava olhando pra aquela riponga com cara de pomba que ia e voltava com a sua roupa surrada e rasgada usando um par de conga
Tinha um colega chato que só tocava as músicas do Chico
E outro maluco que conversava com uma nébula do pico
E ela num estilo meio folk tocava violão com uma gaita de blues-rock
no pescoço ou na mão
E quando ela cantava Eu a olhava e ficava lhe ouvindo pensando na sorte e no número do bingo
E eu que nunca usei capotasto , palheta ou dedeira improvisava no ato à minha maneira com a minha doideira
e depois quando ela definitivamente migrou e desapareceu reapareceu na TV cantando uma música maneira
Alouette , Alouette , Alouette ...
Alouette , vamos pro céu
Vamos misturar e beber leite com mel !
Gru , gru , gru ... Gru (4 X)
E ela ressurgiu num MP Lafer branco
Mas nunca mais nos deu o seu brando acalanto
E durante aqueles anos de doces cantos
Aquele sarau perdeu todo o seu encanto
E Eu ficava relembrando daquela riponga
Aquela cotovia magrinha com cara de pomba
E quando Eu pensava que só iria revê-la tocando violão no céu
Ela reaparece tocando violoncelo , fazendo versos e ainda pitéu !
Alouette , Alouette , Alouette ...
Alouette , vamos pro céu
Vamos misturar e sorver leite com mel !