A lambada é um gênero musical com origens na Região Norte do Brasil, mais especificamente no estado do Pará nos anos 1980. Tem, como base, o carimbó e a guitarrada. Foi influenciada por ritmos como a cúmbia e o merengue.
O uso pegou, batizando o ritmo cuja paternidade é controversa e motivo de discussão entre músicos e pesquisadores paraenses. Porém é fato que o músico e compositor de carimbó Pinduca lançou, em 1976, uma música intitulada "Lambada (Sambão)", faixa número 6 do LP "No embalo do carimbó e sirimbó volume 5". Foi a primeira gravação de uma música sob o rótulo de "lambada" na história da música popular brasileira. Há, também, quem sustente a versão de que o guitarrista e compositor paraense Mestre Vieira, o inventor da guitarrada, seria, também, o criador da lambada. Seu primeiro disco oficial, "Lambada das Quebradas", foi gravado em 1976, mas lançado oficialmente dois anos depois, em 1978.
Já a dança lambada teve sua origem a partir de uma mudança do carimbó, que passou a ser dançado por duplas abraçadas ao invés de duplas soltas. Assim como o forró, a lambada tem, na polca, sua referência principal para o passo básico, somando-se o balão apagado, o pião e outras figuras do maxixe. Usa, normalmente, as cabeças dos tempos e o meio do tempo par, se começarmos a dançar no "um", para as trocas de peso (pisa-se no "um", no "dois" e no "e" - que é chamado comumente de contratempo). A lambada chega, então, a Porto Seguro e, ali, se desenvolve. Boas referências foram a Lambada Boca da Barra, em Porto Seguro, e o Jatobar, no Arraial d'Ajuda, onde, desde o início, também zouks (lambadas francesas) serviram para embalar os lambadeiros.
O nome "lambada" e a mistura do carimbó com a música metálica e eletrônica do Caribe caíram no gosto popular e se disseminaram, numa primeira fase, até a Região Nordeste do Brasil. O grande sucesso, no entanto, só aconteceu após a entrada de empresários franceses no negócio em meados da década de 1980. Com uma gigantesca estrutura de marketing e músicos populares, o grupo Kaoma lançou, em 1989, com êxito, a lambada na Europa e outros continentes. Adaptada ao ritmo, a música boliviana "Chorando Se Foi" tornou-se o carro chefe da novidade pelo mundo.[
Tudo isso acontece na época do apogeu do carnaval baiano, que ditava uma moda atrás da outra e, numa delas, apresentou a lambada ao Brasil. Essa segunda fase da dança durou apenas uma temporada e foi um pouco mais abrangente que a primeira, que só havia chegado até a região nordeste do Brasil. Até esse ponto, a lambada tinha, como principal característica, os casais abraçados. Era uma exigência tão forte que, quando da realização de alguns concursos, aqueles que se separassem eram desclassificados.
No mundo inteiro, a lambada tornou-se um grande sucesso e, em pouco tempo, estava presente em filmes e praticamente todos os programas de auditório, aparecendo até em novelas. Foi a hora dos grandes concursos e shows. A necessidade do espetáculo fez com que os dançarinos criassem coreografias cada vez mais ousadas, com giros e acrobacias.
Como acontece com frequência, a valorização do produto no seu país de origem só se deu após seu reconhecimento no exterior. Seguiu-se um período intenso de composições e gravações de lambadas tanto no mercado interno quanto externo. Os franceses, por exemplo, compraram, de uma só vez, os direitos autorais de centenas de músicas. Dezenas de grupos e diversos cantores pegaram carona no sucesso do ritmo, como Beto Barbosa, Márcia Ferreira, Manezinho do Sax, Sidney Magal, Sandy e Júnior, Fafá de Belém e Angélica.
Depois dessa fase de superexposição, como acontece com quase todo fenômeno midiático, deu-se um natural desgaste, com a consequente queda nas vendas, até cessar a produção. Depois de algum tempo, a música lambada entrou em crise e parou de ser gravada. Os DJs das boates aproveitam então para simular o enterro do estilo musical. A dança perde destaque, mas sobrevive, pois já haviam sido feitas, nas lambaterias, muitas experiências com variados estilos de música que tivessem a batida (base de marcação) que permitisse dançar lambada. Só para citar um exemplo, a banda de rumba flamenca Gipsy Kings teve vendagem significativa no Brasil por conta da dança. As músicas francesas, espanholas, árabes, americanas, africanas, caribenhas etc. viraram, então, a salvação e solução para a continuidade do estilo de dança. De todas as músicas testadas, o zouk foi o ritmo que melhor se encaixou na dança, tornando-se a principal música para dançar lambada.
Esta passa a ser dançada com um andamento mais lento, com mais tempo e pausas que praticamente não existiam na música lambada, permitindo explorar, ao máximo, a sensualidade, plasticidade e beleza da dança. Os movimentos ficaram mais suaves e continuam fluidos, modificando-se à medida em que ela incorpora e troca com outras modalidades. Contribuem, ainda, as diversas pesquisas, até fora da dança de salão, como, por exemplo, as de contato e improvisação. Hoje, a relação com o parceiro volta a ganhar valor, as acrobacias ficam praticamente exclusivas para os palcos e os locais para dançar reabrem em diversos estados brasileiros. Encontramos lambaterias e professores de lambada em diversos pontos do planeta e, ainda que a chamem de zouk atualmente, muitos vivem dela até hoje.
Em 2011, a cantora Jennifer Lopez readaptou o sucesso "Lambada", do grupo Kaoma, para um single em ritmo eletrônico chamado "On the Floor".
O uso pegou, batizando o ritmo cuja paternidade é controversa e motivo de discussão entre músicos e pesquisadores paraenses. Porém é fato que o músico e compositor de carimbó Pinduca lançou, em 1976, uma música intitulada "Lambada (Sambão)", faixa número 6 do LP "No embalo do carimbó e sirimbó volume 5". Foi a primeira gravação de uma música sob o rótulo de "lambada" na história da música popular brasileira. Há, também, quem sustente a versão de que o guitarrista e compositor paraense Mestre Vieira, o inventor da guitarrada, seria, também, o criador da lambada. Seu primeiro disco oficial, "Lambada das Quebradas", foi gravado em 1976, mas lançado oficialmente dois anos depois, em 1978.
Já a dança lambada teve sua origem a partir de uma mudança do carimbó, que passou a ser dançado por duplas abraçadas ao invés de duplas soltas. Assim como o forró, a lambada tem, na polca, sua referência principal para o passo básico, somando-se o balão apagado, o pião e outras figuras do maxixe. Usa, normalmente, as cabeças dos tempos e o meio do tempo par, se começarmos a dançar no "um", para as trocas de peso (pisa-se no "um", no "dois" e no "e" - que é chamado comumente de contratempo). A lambada chega, então, a Porto Seguro e, ali, se desenvolve. Boas referências foram a Lambada Boca da Barra, em Porto Seguro, e o Jatobar, no Arraial d'Ajuda, onde, desde o início, também zouks (lambadas francesas) serviram para embalar os lambadeiros.
O nome "lambada" e a mistura do carimbó com a música metálica e eletrônica do Caribe caíram no gosto popular e se disseminaram, numa primeira fase, até a Região Nordeste do Brasil. O grande sucesso, no entanto, só aconteceu após a entrada de empresários franceses no negócio em meados da década de 1980. Com uma gigantesca estrutura de marketing e músicos populares, o grupo Kaoma lançou, em 1989, com êxito, a lambada na Europa e outros continentes. Adaptada ao ritmo, a música boliviana "Chorando Se Foi" tornou-se o carro chefe da novidade pelo mundo.[
Tudo isso acontece na época do apogeu do carnaval baiano, que ditava uma moda atrás da outra e, numa delas, apresentou a lambada ao Brasil. Essa segunda fase da dança durou apenas uma temporada e foi um pouco mais abrangente que a primeira, que só havia chegado até a região nordeste do Brasil. Até esse ponto, a lambada tinha, como principal característica, os casais abraçados. Era uma exigência tão forte que, quando da realização de alguns concursos, aqueles que se separassem eram desclassificados.
No mundo inteiro, a lambada tornou-se um grande sucesso e, em pouco tempo, estava presente em filmes e praticamente todos os programas de auditório, aparecendo até em novelas. Foi a hora dos grandes concursos e shows. A necessidade do espetáculo fez com que os dançarinos criassem coreografias cada vez mais ousadas, com giros e acrobacias.
Como acontece com frequência, a valorização do produto no seu país de origem só se deu após seu reconhecimento no exterior. Seguiu-se um período intenso de composições e gravações de lambadas tanto no mercado interno quanto externo. Os franceses, por exemplo, compraram, de uma só vez, os direitos autorais de centenas de músicas. Dezenas de grupos e diversos cantores pegaram carona no sucesso do ritmo, como Beto Barbosa, Márcia Ferreira, Manezinho do Sax, Sidney Magal, Sandy e Júnior, Fafá de Belém e Angélica.
Depois dessa fase de superexposição, como acontece com quase todo fenômeno midiático, deu-se um natural desgaste, com a consequente queda nas vendas, até cessar a produção. Depois de algum tempo, a música lambada entrou em crise e parou de ser gravada. Os DJs das boates aproveitam então para simular o enterro do estilo musical. A dança perde destaque, mas sobrevive, pois já haviam sido feitas, nas lambaterias, muitas experiências com variados estilos de música que tivessem a batida (base de marcação) que permitisse dançar lambada. Só para citar um exemplo, a banda de rumba flamenca Gipsy Kings teve vendagem significativa no Brasil por conta da dança. As músicas francesas, espanholas, árabes, americanas, africanas, caribenhas etc. viraram, então, a salvação e solução para a continuidade do estilo de dança. De todas as músicas testadas, o zouk foi o ritmo que melhor se encaixou na dança, tornando-se a principal música para dançar lambada.
Esta passa a ser dançada com um andamento mais lento, com mais tempo e pausas que praticamente não existiam na música lambada, permitindo explorar, ao máximo, a sensualidade, plasticidade e beleza da dança. Os movimentos ficaram mais suaves e continuam fluidos, modificando-se à medida em que ela incorpora e troca com outras modalidades. Contribuem, ainda, as diversas pesquisas, até fora da dança de salão, como, por exemplo, as de contato e improvisação. Hoje, a relação com o parceiro volta a ganhar valor, as acrobacias ficam praticamente exclusivas para os palcos e os locais para dançar reabrem em diversos estados brasileiros. Encontramos lambaterias e professores de lambada em diversos pontos do planeta e, ainda que a chamem de zouk atualmente, muitos vivem dela até hoje.
Em 2011, a cantora Jennifer Lopez readaptou o sucesso "Lambada", do grupo Kaoma, para um single em ritmo eletrônico chamado "On the Floor".