Tango
Que diabos faço aí?
Eu me afundo ao fundo de ti.
Que horas são? Que fogo me afoga?
É dia ou noite? Eu não sei!
Minha pele se cola ao rubro de teu sangue que se move
e que flui em direção a mim
Eu danço e me debato
Envolvo meus tornozelos em volta de ti
minhas pernas se dobram,
eu contorno teus quadris,
sobre minha cintura executas tua vingança
Imploro em vão, mas tu mesmo ris
uma sede se sacia
Eu danço ou me debato? Eu não sei, eu não sei...
Tango, mi amor
tu me fazes mal e minha sina
é o bem que me devora
quando meu corpo se contorce
Tango, mi amor, caça ou caçador
Um de nós dois é mais forte
Tango, mi amor
Mas a dúvida se estabelece,
me sinto como em fuga
a vida me empurra na corrida,
meu corpo que te repele
Teus gestos me lembram que
tu não tens sobre mim o direito que eu te devo
Eu danço e me debato
Mas como dizer de quem, de quê, de quem eu sou?
Quando pertencer somente a ti é o desafio
E se eu te dissesse que não há mais somente tu
Eu danço e tu te debates, eu danço e tu te debates!
Tango, mi amor
tu me fazes mal e minha sina
é o bem que me devora
quando meu corpo se contorce
Tango, mi amor, caça ou caçador
Um de nós dois é mais forte
Tango, mi amor
Tango, meu corpo não te pertence ainda
e se minh'alma dele sai
Meu corpo, ele, se contorce.
Tango Tango...