VIDA FAMINTA

Tantos olhos famintos vagando na noite

São gestos simples, sorrisos sinceros

A procura de um teto, afeto e a cura

Quantos dias ainda nos restam

Comendo cardápio doado na esquina

O sol surgindo deprime o inverso

Provando da luz um verdadeiro inferno

Escolha errada, barra de ferro?

Sobrevivi sangrando no tédio da vida

Outro porre, outro gole, a mesma ferida

Eu quero apenas um abraço bem forte

Carinho que enxugue um ombro onde eu chore

Um anjo de luz, não o anjo da morte

Pra que eu não possa viver contando com a sorte

Nessa sobra lá fora, outro homem latindo

Ração de manobra, cachorro amigo

Buzina, migalhas, aversão e atrito

Diário sagrado que amplia sentido

Terno caro, carro rápido não vê maltrapilho

Astral que desvenda um novo motivo

Me dê sua emoção, cante comigo

Grito que cala um forte gemido

Angústia na fome alimentando meu vicio

Criando uma ponte sobre o precipício

Eu quero apenas um abraço bem forte

Carinho que enxugue um ombro onde eu chore

Um anjo de luz, não o anjo da morte

Pra que eu não possa viver contando com a sorte

OSMAR ZIBA
Enviado por OSMAR ZIBA em 26/05/2018
Código do texto: T6346922
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