CABRA BOM, SEU RAUL!

Dizem que tem um coração de ouro

Que ele é um tesouro

Diamante em forma de gente

Que é forte por ser sertanejo

E olhando em seus olhos eu vejo

O quanto seu coração é valente

Dizem até que, apesar da idade,

Na sua vaidade,

Mais parece um grande bailarino.

Do fundo do meu coração

Aqui nessa minha canção

Eu abraço este velho menino.

Dizem que dança o arrasta-pé

Que tira uma casquinha até – com todo respeito, né seu Raul?!

Mas fica no iludimento

Que bebe umas e enche o talo

Dança até fazer calo

E esquece até do jumento

Dizem que toma uma cervejada

Junto com Maro Roxo, Liení, Firmicinho e França

Que lava a égua

E que come água

Com espinhaço de porco

Até encher a pança

Dizem que ele é dessas madeira

Que cupim não rói

E de em doido dar

Que quando entra numa brincadeira

Nada nele dói

Que fica até o sol raiar

Dizem que ele é um pau pereira

Madeira de lei

Pela sua resistência

Comprovo pois também já vi

A cena, eu já assisti

Pro capitão eu bato continência

Agora me responde, homem:

Quem é esse véin macho?

Dançadô feito o diacho?

Dançadô feito de aço,

E que não tem calundu?

Cabra bom, é seu Raul.

Cabra bom, é o seu Raul!