Aglomerado De Cômodo
Subindo a viela de cabeça baixa
Empurrando a magrela que não tinha marcha
Em pleno feriado puta dia frio
Meio desanimado um menino no brasil
Tomando um banho de sol na frente do quadrado
Ali no cativeiro também desanimado
Malandro da antiga vivendo muito só
Um homem sem família destino tenha dó
Os dois no sofrimento sem eucaristia
Usava toca a noite e também de dia
Passado e futuro na mesma batida
Vivendo o presente sem perspectiva
Descendo a viela com lixo na mão
Jogando no riacho que decepção
Sentados na calçada que desilusão
Também cabeças baixas em meio a solidão
Fumando um cigarro lixo do paraguaí
Inimigo bem do lado que não deixa em paz
Dominada e levada para o abismo
Sozinha no quintal com o inimigo intimo
Cavando a própria cova esperando o fim
Vendeu a própria alma é o estopim
Se ta bom pra ela mas ta ruim pra mim
Vivo na favela o som termina assim