Aglomerado De Cômodo

Subindo a viela de cabeça baixa

Empurrando a magrela que não tinha marcha

Em pleno feriado puta dia frio

Meio desanimado um menino no brasil

Tomando um banho de sol na frente do quadrado

Ali no cativeiro também desanimado

Malandro da antiga vivendo muito só

Um homem sem família destino tenha dó

Os dois no sofrimento sem eucaristia

Usava toca a noite e também de dia

Passado e futuro na mesma batida

Vivendo o presente sem perspectiva

Descendo a viela com lixo na mão

Jogando no riacho que decepção

Sentados na calçada que desilusão

Também cabeças baixas em meio a solidão

Fumando um cigarro lixo do paraguaí

Inimigo bem do lado que não deixa em paz

Dominada e levada para o abismo

Sozinha no quintal com o inimigo intimo

Cavando a própria cova esperando o fim

Vendeu a própria alma é o estopim

Se ta bom pra ela mas ta ruim pra mim

Vivo na favela o som termina assim

Paulo Poba
Enviado por Paulo Poba em 30/04/2018
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