Ampulheta

A vida se baseia em matar ou morrer

Lobo ou ovelha? Escolhe o que tu quer ser

Só existe uma maneira pra que não te pisem

O respeito. E não se ganha, ao contrário, se exige!

O mundo é um buraco que te suga e faz mal

E se tu não for forte cai em um lugar infernal

Ao ver o sol nascer tome cuidado, por favor

Quem contar com a sorte não vai ver o sol se por, já era

Isso é guerra, cheiro de medo, não durma cedo

Arme os seus, esse é o pacto

Trem desgovernado, então prepara pro impacto

Deus fica do lado de quem atira mais rápido

Não é questão de ser ruim, nem de ser mal

Mas não confiar evita o próprio funeral

Eu já provei do amor, sei o gosto da raiva

Hoje evito tudo porque não sinto mais nada

Tomo cuidado com o que digo, com o que faço

Guardo os segredos, só confio no meu braço

E nesse enredo isso já custou minha paz

Mas antes ser julgado do que escutar "aqui jaz"

F*. Sai do coma e vi quão cinza é isso aqui

Essa é a lama que querem fazer eu engolir

P*.. na cama mandei embora simplesmente

Vi que uma de fé era o suficiente

O tempo é limitado e as vezes o desperdiçamos

Quantas coisas nós perdemos e nem conta damos?

Quantos sorrisos pra gente que não suportamos?

Descontando nossos erros em quem nós amamos

É f*.. ver que isso é um ciclo e não tem fim

Meu vô sofreu, meu filho vai depois de mim

E eu me sinto numa jaula preso numa sina escura

Com uns pensamentos que mais parecem loucura

Final da guerra sobram corpos nas sarjetas

O dia cai como areia na ampulheta

A noite chega e quem não morreu faz prece

Na incerteza se outro amanhece (2x)

Minha mente não é um bom lugar pra eu estar sozinho

Me diz, quanto tempo leva pra encontrar um caminho?

As vezes sinto que tem dois dentro de mim no encalço

Um puxando para cima, e outro pra baixo

Mas me refaço, eu aprendi essa lição

Que ser forte a todo tempo é a única opção

Mesmo morto por dentro resistiria

Se vida não é infinita, porque a morte seria?

Essa ampulheta personifica um inimigo

E eu sinto saudade do que queria ter sido

Então pego o álbum e começo a folear

Me vejo na minha infância onde tudo era folia

Época boa, período curto

Onde eu achava que era f*.. ser adulto

Mas se eu pudesse voltaria pro passado

E me avisaria que eu tava bem errado

E que todos os que eu conheci não eram os mesmos

A inocência foi extinta por dinheiro

Alguns morreram, outros foram embora

E amigos mudam tanto que não eram amigos agora

Mano, sei que o tempo não tem dono

E se você achou respostas então me explica como

Tô de outono em outono, com medos matando meus sonhos, planos tirando meu sono

Vitor Martin
Enviado por Vitor Martin em 17/04/2018
Código do texto: T6311493
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