Recomeço
Em algum aperto do caminho acomodei
Destruí rascunhos, livros e estórias
Perdi epiderme, derme e hipoderme
Me descobri apático e insosso
Em qual curva dessa minha via
Aceitei o ouro de tolo que luzia
E provei desse arsenal de clichês
De que o caminho é assim mesmo
Amarguei, perdi o rastro, perdi o jeito
Larguei armadura, espada e fé
Ceguei pra beleza que grita à alma
E tudo que restou foi indiferença
Mas quando eu quis descer do mundo
Lembrei de nossos melhores planos
E das canções que um dia brilhariam na sua voz
Então pedi desculpas pra minha vida
Vem cá, vamos recruzar nossos caminhos
Retomar o brilho daquelas conversas:
que acalentavam estrelas e alçavam o sol;
e que se acabavam de não ter fim