BustamanteZambrana-ChicoDoCrato-Omal(Temer)
BustamanteZambrana-ChicoDoCrato-Omal(Temer)
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ChicoDoCrato, música, voz, violão, sintetizador, arranjo, mixagem e adaptação do poema de Bustamante Zambrana.
Audacity, 091 Ritmo 074 em Mí-. Gravação caseira. Gravar em estúdio.
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Eu sou o mal!
Gênese: nas cornijas humanas.
Nascimento: no parto odiento.
Regurgitado no vômito envenenado.
Fui pomo da discórdia,
Sou ausência de misericórdia,
Serei Cristo na debacle inglória.
Ser o ser do mal, o arador da terra venal.
Dia após dia, sempre estive acordado,
Estou a construir este mundo amaldiçoado.
Não a Astoroti, não aos Asmodeus,
Estarei sob a forma de um Deus.
Estar na carne, na alma dos súditos meus.
Fiz divisão entre claros e penumbras,
Faço império nas catacumbas e
Fazendo humanidades nauseabundas,
Farei germinar rosas furibundas.
Ia disperso na natureza, até a primeira abocanhada.
Vou crescendo vigoroso a cada saboreada,
Irei deglutir a todos de uma só dentada.
Ir sem sentido ao destino do nada.
Cavalgo portando a bandeira da guerra,
Colho lírios aos milhões,
Violência, brasão do escudo, reverência,
Belo e singelo cogumelo, martelo da ciência.
Broto nos corpos como chagas,
Peste grassando pelas plagas,
Tosses tísicas, escarros e pústulas amargas,
Devoro cancerianamente às pargas.
Ervas daninhas nos campos germinai,
Tetas de lei secai,
Pragas, de minhas mãos, proliferai.
Sou a hipocrisia travestida em fome.
Sinta o gélido frio deste manto limpidamente branco.
Experimenta o gosto laminal da foiice letal.
Mira o vazio destas órbitas, outrora jaziam olhos
Da morte; não escaparás.
Bis
O fim?
Estarão imersos em mim.
A guerra, a peste, fome e morte,
Seda negra do sul ao norte.