Nas margens da saudade

É triste olhar pro rio do jeito que está agora;

lugar onde o peixe para, só para poluição.

correnteza de ambição levou a beleza embora;

Seu leito corta a cidade e também corta o coração.

No tempo da seca eu choro o esgoto a céu aberto,

no tempo da chuva eu sei que o céu vai chorar, por certo.

No leito estão as marcas da vida que teve outrora,

nas margens estão os restos da morte em que está agora. (BIS)

O rio que conduz a vida pro seio da natureza,

toda vez que tem enchente provoca tristeza e dor.

Morador ainda insiste em ‘remar contra a correnteza’;

o choro da cachoeira é o lamento do Criador.

Animais morrem de sede, aves vão em revoada,

plantas perdem todo o verde, até não sobrar mais nada.

Não vê que matando o rio, morre também a cidade;

porque quem semeia vento, só vai colher tempestade. (BIS)

Tem mandi e tem cascudo ainda sobrevivendo;

cardumes de lambaris resistem até demais.

O jaú e o pintado estão desaparecendo;

o dourado que reinava sumiu há algum tempo atrás.

Os peixes de muitos quilos, hoje ‘pesco’ na memória;

peixe grande como aqueles, só se for contando história.

Pescador conta mentira, mas hoje diz a verdade:

se eu jogar anzol no rio, só vou fisgar a saudade. (BIS)

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- MÚSICA: “Nas margens da saudade”

- COMPOSITORES (em parceria):

Paulo Cesar Paschoalini

Alex Francisco Paschoalini

José Roberto Paschoalini

- INTÉRPRETE: Dênis e Zé Roberto

- ARRANJO: José Roberto Paschoalini

- VÍDEO DISPONÍVEL NO YOUTUBE:

https://www.youtube.com/watch?v=DJBNn4yIIqk

- REGISTRO Nº: 124.498, em 04/02/1997, no EDA / FBN.

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