LABUTA DE CABALA

LABUTA DE CABALA

Quantas nuvens passaram antes sol posto.

Nas beiradas sombrias do mesmo caminho.

Tendo disfarce da alegria, servir de encosto.

Onde atravessa deserto popular, só a vinho.

Seco como açude do sertão, deixa a mingua.

Toda expectativa de progresso lógico, igual.

Separa pela ideologia utópica, varia a língua.

Mas no fundo pensadores, temos o tal ideal.

Dever na expressão de tentar alcançar chave.

Depende abertura, cultura, moldura, exemplo.

Pôr em pauta resolução imediata do conchave.

Aniquilar podres dos poderes, teto do templo.

Limpeza de cima pra baixo, conforme é certo.

Ratos fogem pelo esgoto, água, sinal de perigo.

Culpados são julgadores, permitem ao esperto.

Força, uma revolta pacífica, servida em castigo.

Sol da liberdade, raios fúlgidos, fugidios da sala.

Clareia nossas vidas cheias, feridas, de maltrato.

Mesmo admirável gado novo e labuta de cabala.

Segue a rotina no pasto, regozija, qual o abstrato.