Menina do Mato
Sou menina nascida no mato
Tomei banho de valão
Trepava no pé de goiaba
Não tinha brinquedo, não.
Ouvia no alto-falante
A dedicada canção
Andava de pés descalços
Não tinha dinheiro, não.
Hoje, pulo fogueiras
No escuro urbano
Sem São João
Mas, a canção no peito
Clareia os olhos
Como um balão.
Cristina Ribeiro