SOU MESMO ASSIM
Sou de onde nada é definitivo,
meio avesso, tanto alegre, tão sofrido,
sou de onde a dor é só metade,
um aventureiro se passando por covarde.
Sou de onde a indignação não morre
presenciando a dilapidação de um país inteiro
nas mãos sujas de um cretino cercado por urubus,
que agem na surdina na calada da noite.
Sou de onde a tristeza esbarra na preguiça
onde o povo boquiaberto, permanece quieto,
sou de onde nossa paz é provocada todos os dias,
sou de onde uma casta mesquinha não escuta nada.
Sou de onde a criança chora sem porvir
enquanto as gravatas de seda vivem nos banquetes,
sou de onde a ralé caminha sem sustento
e o rebento chora nos corredores dos hospitais.
Refrão...
Sou revolta despedaçando o peito angustiado
simplesmente porque não aceita esse destino,
sou menino torto nesse desmonte de lágrimas
que tem o honroso nome de Pátria Amada Brasil.