TRIBUTO AO MESTRE CAPIBA
Maria Bethânia, o poeta Capiba contou do amor platônico que sentiu por você
Por ser tímido, ele te amou sozinho, triste e calado, contigo, sonhava acordado
E num ato desesperado, escreveu um poema, confessado o seu amor por você
Poderia ter escrito um fado, mas escreveu um bolero, que é tocado em serestas
Lembrando de sua juventude, no engenho de Surubim, município de Pernambuco
Como de luto estivesse, ele falou do penar, da tristeza e da dor que sentia no peito
Confessou que nunca realizou seu sonho de te namorar, de noivar e contigo casar
E curtindo seu amor platônico, disse que tinha saudade do beijo que nunca te deu
Em sonho, lembrou da noite de São João, em que teria confessado o seu amor
E que você, Maria Bethânia, teria ficado feliz ao ouvir sua declaração de amor
Mas, logo seu sonho foi desfeito, ao despertar de súbito, e voltar pra vida real
As duras penas, confessou que, enquanto adolescente, não tinha conhecido o amor carnal
Capiba disse que queria continuar sonhando, viajando pelas estrelas
Comendo carne e bebendo cerveja, por saber que isso não faz mal
Disse que o mal não entra pela boca, mas sim, o que dela sai, inspirado no mal
E, para exorcizar o mal do pensamento, compôs frevos para tocar no carnaval