VOZEARIA

VOZEARIA

Ao passo que entorno da ótica há outra face.

Por instinto, animal pensador, muito disfarce.

Único, entre espécimes, consciente da morte.

Apenas a gente chora, gargalha própria sorte.

A certeza nos faz vulneráveis, muito capricho.

Gana, avareza, roubo, falso, ter a ser, o bicho.

Conduz mente brilhante ao estatuo de guerra.

Imensurável a dor da perda do filho, da terra.

Sangue derramado em nome da paz, sem nexo.

Vida perdida, arma evoluída, vai, segue anexo.

Argumentos fúteis, pilha de papel resguardada.

Impiedosa soldadesca indefere hábito da farda.

Terror transforma criança, alvo, possível bomba.

Sem remorso, tira o ar para sempre e assombra.

Mulheres grávidas, bebê de peito, tudo é sujeito.

Bala sortida distribuída de qualquer modo e jeito.

Imagens reais e filmes detonam ideia de calmaria.

Desde origem disputa território sob forte tirania.

Indivisível grão, particularidade de mesquinharia.

Vulnerado, vai tratar de ganhar o tom, vozearia.