OS FILHOS DE NEGROS
Na senzala os negros estão
Trabalhando
Na hora do almoço o descanso
É preciso
Capoeira começa rodopiar
A Mãe Benta prepara o biju
Pra negrada
Capoeira agora vai começar
Preto Velho atento sentado
Na cadeira
Pensando na maneira de
Se libertar
Enquanto a Mãe Benta
Chama para almoçar
Os meninos desfazem aquela
Capoeira
E disputam um lugar para se
Sentar
Bento e Bastião chegam da batalha
Sentindo o cheiro de biju com fubá
A Mãe Benta olhando com um ar de sossego
Esse filho de negro não nasceu pra sofrer
Dê minha liberdade pra eu sobreviver
_Aí daquele que foge da minha senzala!
Diz o senhor do engenho
_Eu amarro num tronco, dou umas
Cem chibatadas!
Diz o senhor de engenho:
_É uma lição para toda Senzala!