Vai ler Camões e Machado
Nessa rima analiso, vou atrás e de um sentido
Não lê Camões, não lê Machado
Alma dói, parece uma surra
Sociedade fraquejada,
Molecada mente burra
Ideologias patéticas, versos que retratam as mulheres
De "vagaba", de "cachorra", e chamam isso de cultura
Sociedade “tá” falida, e de quem é mesmo a culpa?
Do governo, da Educação, ou a conta é do Papa?
A culpa é sempre nossa, do homem que sempre empaca
Os meninos pagam pau
Ostentam a criminalidade
“Di menor" quer ser ladrão
“Cocotas”, quer ter idade
Os caras nem arrumam a cama
As meninas não lavam louça
Se vestem de prostitutas
Mas querem título de “moças”
A verdade, “mano” é uma...
E não relatividade
Ou tu muda sua mente
Sua “coletividade”
Se você transforma a si mesmo
Tu transforma a sociedade
A mortalidade já bate em cada porta
Drogas, bebidas, sexo
Violência urbanizada
Vagabundo vira herói
A PM é satirizada
O respeito aos professores
Aos mais velhos, foi à lama
“Se liga, mano... hoje tú ri...
Amanhã tu vai em cana”
Mais uma vítima de si mesmo
Correndo marginalizado
Não é culpa do Governo
Não foi erro do Estado
Tu que escolheu ser “vida loka”
Foi você que achou uma opção
Tinha o livro como arma
Preferiu usar o "oitão"
Agora “Jão”, o teu pai chora
Sua mãe desesperada
Sua irmãzinha “tá” na escola
Como vai ser avisada?
Vai pra “tranca”, ficar preso
E sem direito a liberdade
Vai sentir falta da família
Que ainda culpa a sociedade
Não! Tu não é vítima da sociedade
Foi você quem decidiu
A paz e guerra, “meu mano” sempre existiu
E no combate da vida, escolhemos nosso lado
Já era, tu escolheu, vai pagar por seus pecados
Mas ainda tem uma chance, ainda pode se livrar
Paga seu tempo na cadeia, depois ache seu lugar
Essas “minas” querem brisa
Só saber de ostentação
Não namoraram bons carinhas
Eles não tem “condição”
São trabalhadores e honestos,
Aos domingos ficam em casa
Essas meninas querem aventura
“Manos que caem de quebrada”
Bolsas caras, short curto,
Seu próprio respeito ainda menos
São as "novinhas"que hoje se sujeitam
E beberão dos seus venenos
Nove meses, “tá” na rua
Segurando seu “pequeno”
O pai “tá” na cadeia
Tu ainda vai fazer visita
Acham isso vida boa?
Acho uma vida esquisita
Não querem respeitar os pais
Não querem ouvir conselho
O barato sai caro, “mina”
Quando vem o desespero
Mais um filho “na barriga”
Dando leite pro primeiro...
Sociedade doente, inversão de valores
Trocam os livros por maconha
Por um copo de cerveja
Depois vem arrependidos
Filhos já perdidos
Só pra ver os pais no enterro
Valeu ser “vida loka”?
Valeu fazer “seu corre”
Agora, “truta” já era
Não há mais que te socorre
Então fechando essa rima
Eu te mando um recado
Deixa tudo e vai pra lida
Vai ler Camões e Machado