SUTILMENTE
O tempo anda na ponta dos pés
O tempo é uma vela que se apaga
Antes de escurecer
Você nem vê, você nem vê, você nem vê
O tempo cobra, agiota de Deus
O tempo é água que escorre das mãos
Antes de se beber
Você nem vê, você nem vê, você nem vê
O tempo sangra
O tempo sangra
Mas ainda vejo os seus olhos brilharem
Seu cristal, sua luz
O tempo é rude
O tempo urge
Você nem vê,
Você nem vê
Tempo passa camuflado por nós
Qual ave de rapina silenciosa e veloz
Consegue surpreender
Você nem vê, você nem vê, você nem vê
Tempo marca toda face
Tempo é navalha que talha e retalha
Sulcos sob o viver
Você nem vê, você nem vê, você nem vê