DEFINITIVAMENTE NÃO

Não vou rasgar as cores do arco íris,

nem praguejar sobre as pragas do Egito,

não vou sorrir e debochar das suas dores,

nem desdizer o apelo dos aflitos.

Não vou tanger esse gado sem destino,

nem desfazer o que já foi combinado,

não vou mentir sobre a insensatez da vida,

nem defender esse agouro praguejado.

Não vou correr feito um rato perseguido,

nem gaguejar no discurso que farei,

não vou fazer o que você vem me pedindo,

nem usurpar os direitos dessa lei.

Até que as coisas sejam enfim esclarecidas,

não há razão para ficar no vai não vai,

que mais que tudo, o que já foi planejado,

o tempo é a sobra desse nada sem sentido.