CANTO NEGRO
Sou negra, eu sou a voz do Samba.
Sou tia Ciata, um conto de areia, Maria Macamba.
Minha arte negra faço com muita gana,
No cantar de fé, trago muito axé, sou a Damiana.
No samba decidi meu destino
Quando ouvi Lucarino,
Que me inspirou a cantar.
Lembro Antônio Melé
E no meu Samba no pé, eu boto fé
E me faço revelar.
Meu canto negro, lamento, herdei de Angola;
Na poesia de Nelson e mestre Cartola.
Quando escuto o cavaco e o som da viola,
Me remeto à avenida e desfilo na minha escola.
O Samba, trago desde menina
Quando ouvi Jovelina,
A pérola negra que me encantou.
E descendente Nagô, representante da cor,
Não desisto da luta, o Samba assim me ensinou.
*Zorro – Luiz Antônio – Edmundo de Souza