NOnordesteÉdiferenteÉassimQUEaGENTEfala-ChicoDoCrato-IsmaelGaiãoDaCosta

NOnordesteÉdiferenteÉassimQUEaGENTEfala-ChicoDoCrato-IsmaelGaiãoDaCosta.

De #ChicoDoCrato66anosEm2022 para #GilbertoGil80anosEm2022

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#ChicoDoCrato66anos-Música, Voz, Violão, sintetizador, efeitos, arranjo e mixagem e adaptação do poema de Ismael Gaião da Costa

AosMeusfilhos, Manuel(Oceanógrafo), Rodrigo(Logística)minhanetinhaValentina, Rafael(Agrônomo)MinhaNetinhaMariaIsadora.

Audacity 070 Ritmo 009+80+10 em Lá-, Gravação caseira-Gravar em estúdio.

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No Brasil prá se expressar, há diferenciação, porquê cada região, tem seu jeito de falar.

O Nordeste é excelente/ Tem um jeito diferente/ Que a outro não se iguala, Alguém chato é Abusado/ Se quebrou, Tá Enguiçado / É assim que a gente fala,

Uma ferida é Pereba/ Homem alto é Galalau/ Ou então é Varapau/ E coisa ruim é Peba, Cisco no olho é Argueiro/ O sovina é Pirangueiro/ Enguiçar é Dar o Prego/, Fofoca aqui é Fuxico/ Desistir, Pedir Penico/ Lugar longe é Caxaprego/ Ladainha é Lengalenga/ E um estouro é Pipoco/ Qualquer botão é Pitoco/ E confusão é Arenga, Fantasma é Alma Penada/ Uma conversa fiada/ Por aqui é Leriado/ Palavrão é Nome Feio/ Agonia é Aperreio/ E metido é Amostrado/ O nosso palavreado/ Não se pode ignorar/ Pois ele é peculiar/ É bonito, é Arretado E é nosso dialeto/ Sendo assim, está correto/ Dizer que esperma é Gala/ É feio pra muita gente/ Mas não é incoerente/ É assim que a gente fala

Você pode estranhar/ Mas ele não tem defeito/ Aqui bala é Confeito/ Rir de alguém é Mangar, Mexer em algo é Bulir/ Paquerar é Se Inxirir/ E correr é Dar Carreira Qualquer coisa torta é Troncha/ Marca de pancada é Roncha/ E a caxumba é Papeira, Longe é o Fim do Mundo/ E garganta aqui é Goela/ Veja que a língua é bela/ E nessa língua eu vou fundo, Tentar muito é Pelejar/ Apertar é Acochar/ Homem rico é Estribado, Se for muito parecido/ Diz-se Cagado e Cuspido/ E uma fofoca é Babado, Desconfiado é Cabreiro/ Travessura é Presepada/ Uma cuspida é Goipada/ Frente de casa é Terreiro, Dar a volta é Arrudiar/ Confessar, Desembuchar/ Quem trai alguém, Apunhala, Distraído é Aluado/ Quem está mal, Tá Lascado/ É assim que a gente fala,

Aqui valer é Vogar/ E quem não paga é Xexeiro/ Quem dá furo é Fuleiro/ E parir é Descansar, Um rastro é Pisunhada/ A buchuda é Amojada/ E pão-duro é Amarrado, Verme no bucho é Lombriga/ Com raiva Tá Com a Bixiga/ E com medo é Acuado, Tocar em algo é Triscar/ O último é Derradeiro/ E para trocar dinheiro/ Nós falamos Destrocar, Tudo que é bom é Massa/ O Policial é Praça/ Pessoa esperta é Danada, Vitamina dá Sustança/ A barriga aqui é Pança/ E porrada é Cipoada , Alguém sortudo é Cagado/ Capotagem é Cangapé/ O mendigo é Esmolé/ Quem tem pressa é Avexado, A sandália é Percata/ Uma correia, Arriata/ Sem ter filho é Gala Rala O cascudo é Cocorote/ E o folgado é Folote/ É assim que a gente fala,

Perdeu a cor é Bufento/ Se alguém dá liberdade/ Pra entrar na intimidade/ Dizemos Dar Cabimento, Varrer aqui é Barrer/ Se a calcinha aparecer/ Mostra a Polpa da Bunda, Mulher feia é Canhão/ Neco é pra negação/ Nas costas, é na Cacunda, Palhaçada é Marmota/ Tá doido é Tá Variando/ Mas a gente conversando/ Fala assim e nem nota, Cabra chato é Cabuloso/ Insistente é Pegajoso/ Remédio aqui é Meisinha/ Chateado é Emburrado/ E quando tá Invocado/ Dizemos Tá Com a Murrinha, Não concordo, Pois é Sim/ Tô às ordens é Pois Não/ Beco ao lado é Oitão/ A corrente é Trancilim, Ou Volta, sem o pingente/ Uma surpresa é, Oxente!/ Quem abre o olho Arregala, Vou Chegando, é pra sair/ Torcer o pé, Desmintir/ É assim que a gente fala,

A cachaça é Meropéia/ Tá triste é Acabrunhado/ O bobo é Apombalhado/ Sem qualidade é Borréia, A árvore é Pé de Pau/ Caprichar é Dar o Grau/ Mercado é Venda ou Bodega/ Quem olha tá Espiando/ Ou então, Tá Curiando/ E quem namora Chumbrega, Coceira na pele é Xanha/ E molho de carne é Graxa/ Uma pelada é um Racha/ Onde se perde ou se ganha, Defecar se chama Obrar/ Ou simplesmente Cagar/ Sem juízo é Abilolado/ Ou tem o Miolo Mole, Sanfona também é Fole/ E com raiva é Infezado/ Estilingue é Balieira/ Uma prostituta é Quenga/ Cabra medroso é Molenga/ Um baba ovo é Chaleira, Opinar é Dar Pitaco/ Axilas é Suvaco/ E cabra ruim é Mala/ Atrás da nuca é Cangote/ Adolescente é Frangote/

É assim que a gente fala,

Lugar longe aqui é Brenha/ Conversa besta, Arisia/ Venha, ande, é Avia/ Fofoca é também Resenha, O dado aqui é Bozó/ Um grande amor é Xodó/ Demorar muito é Custar, De pernas tortas é Zambeta/ Morre, Bate a Caçuleta/ Ficar cheirando é Fungar, A clavícula aqui é Pá/ Um mal-estar é Gastura/ Um vento bom é Frescura/ Ali, se diz, Acolá, Um sujeito inteligente/ Muito feio ou valente/ É o Cão Chupando Manga, Um companheiro é Pareia/ Depende é Aí Vareia/ Tic nervoso é Munganga , Colar prova é Filar/ Brigar é Sair no Braço/ Nosso lombo é Ispinhaço/ Faltar aula é Gazear , Quem fala alto ou grita/ Pra gente aqui é Gasguita/ Quem faz pacote, Embala , Enrugado é Ingilhado/ Com dor no corpo, Ingembrado/ É assim que a gente fala,

Um afago é Alisado/ Um monte de gente é Ruma/ Pra perguntar como, é Cuma/ E bicho gordo é Cevado, A calça curta é Coronha/ Um cabra leso é Pamonha/ E manha aqui é Pantim, Coisa velha é Cacareco/ O copo aqui é Caneco/ E coisa pouca é Tiquim, Mulher desqualificada/ Chamamos de Lambisgóia/ Tudo que sobra, é Bóia/ E muita gente é Cambada, O nariz aqui é Venta/ A polenta é Quarenta/ Mandar correr é Acunha/ Ter um azar é Quizila/ A bola de gude é Bila/ Sofrer de amor, Roer Unha, Aprendi desde pivete/ Que homem franzino é Xôxo/ Quem é medroso é um Frouxo/ E comprimido é Cachete, Sujeira em olho é Remela/ Quem não tem dente é Banguela/ Quem fala muito e não cala/ Aqui se chama Matraca. Cheiro de suor, Inhaca/ É assim que a gente fala

Pra dizer ponto final/ A gente só diz: E Priu/ Pra chamar é Dando Siu/ Sem falar, Fica de Mal, Separar é Apartá/ Desviar é Ataiá/ E pra desmentir é Nego/

Quem está desnorteado/ Aqui se diz Ariado/ E complicado é Nó Cego, Coisa fácil é Fichinha/ Dose de cana é Lapada/ Empurrão é Dá Peitada/ E o banheiro é Casinha

Tudo pequeno é Cotoco/ Vigi! Quer dizer, por pouco/ Desde o tempo da senzala

Nessa terra nordestina/ Seu menino, essa menina!/ É assim que a gente fala.