O FEL DA CARNE
Quando então se fez em mim,
O bem- querer, você calou
Quando então se deu em mim,
O mau-querer, você falou
Bastou-lhe um beijo
Para que o mel do desejo
Despertasse o fel da carne.
Deus lhe guarde! Deus lhe guarde!
Ainda que lhe seja tarde.
Eu não queria estar carente
Ao teu querer,
Mas que fazer?
Que Deus agora lhe proteja
De quem deseja o seu desejo
De gozar por um momento de prazer
Sem sentimento, porque...
...Qualquer prazer vindo da carne
Queima, fere, sangra e arde.
E ainda que lhe seja tarde:
Deus lhe guarde! Deus lhe guarde!
Deus nos guarde!
Na minha rua tinha um anjo
De olhos azuis.
Na minha rua tinha um anjo.
Um anjo de luz.
Autores: Marcos Aurélio
Petrônio França