Cogumelo Rock
Na horta da liberdade
Nasceram milhões de celas
O olho da claridade
Cerrou pra sempre as janelas
As patas da felicidade
Ganharam novas ferraduras
Mas levam só pra tal cidade
Das urtigas duras
Que medo temer
Pelo amanhã
O sol a flor o fruto quem enterrou
Cavou fundo a cova da primavera
Enterrou o futuro
Pariu um cogumelo
Na horta da liberdade
Murcharam milhões de esperas
Ninguém suspirar mais há de
Pelas tolas vãs quimeras
E os tantos bilhões de seres
Ficaram sem qualquer cura
Existem pelo avesso
São mentira pura
Que medo temer ...
(Pitangui, MG, 1981)
(Ritmo: Rock)