SAIDEIRA - samba

SAIDEIRA - samba

Já é hora d’eu parar.

Não vou cantar o amor nem amar.

Vou tomar a última no balcão.

Hoje a gente não vai junto

Melhor mesmo já mudar de assunto

Para não magoar seu coração...

Por quê?! Porque não! Não sei..

Hoje à nostalgia me aferrei;

Hoje é dia d’eu ficar sozinho.

Você vá por onde veio!

Já não me coloque n’esse meio,

Você siga em paz o seu caminho.

Você -- tido por finório... --

Não disse que está igual velório?

Pois bem: Hoje a alegria está morta.

REFRÃO:

Agora, se não se importa,

É serventia da casa a porta!

Sim, se você não se importa,

Sua presença não me conforta

Ao contrário, ela até que incomoda.

Deixe-me com meu desgosto

Só quer é me aporrinhar, aposto!

Você e sua corriola toda.

Já não é problema meu...

O que será que você bebeu?

Finja que morri e estou no inferno.

Dê linha, rapaz, me escuta!

Devo ser algum filho da puta,

Fodido desde o ventre materno!

Foda-se! É: Vá se foder!

Não tem outro jeito de entender...

Já deu, caralhos: Inês é morta!

REFRÃO:

Agora, se não se importa,

É serventia da casa a porta!

Belo Horizonte – 21 05 1996