ARQUITETADO

Hoje o desterro é vaticínio,

latrocínio duma casta sem porvir,

hoje o amargor chegou mais cedo,

um torpedo que não se sabe onde cair

Hoje o nefasto faz vexame,

sem exame do que a consciência pede,

hoje o torpor é tão visível,

desprezível como um verme no abissal

Amanhã as mazelas hão de vir

no porvir do desprezo arquitetado

e o chorar será tão certo,

como árvore que se tomba ante ao machado.

Marçal Filho e música de Nilo Carvalho
Enviado por Marçal Filho em 21/09/2016
Reeditado em 12/05/2024
Código do texto: T5767855
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