ARQUITETADO
Hoje o desterro é vaticínio,
latrocínio duma casta sem porvir,
hoje o amargor chegou mais cedo,
um torpedo que não se sabe onde cair
Hoje o nefasto faz vexame,
sem exame do que a consciência pede,
hoje o torpor é tão visível,
desprezível como um verme no abissal
Amanhã as mazelas hão de vir
no porvir do desprezo arquitetado
e o chorar será tão certo,
como árvore que se tomba ante ao machado.