Despedida de um vaqueiro
Quando eu morrer
Eu quero ser
Enterrado no sertão
Na sombra do Juazeiro
Onde mora o azulão
Assim todos os dias
Vou ser saudado com alegria
Para espantar a solidão
Mesmo que eu não ouça
A cantoria do azulão
Na sombra do Juazeiro
Também se reúnem os vaqueiros
Para o gado esperar
E enquanto o gado não chega
Eles não param de aboiar
O gado vem berrando
Parece até chorando
E também vem me saudar
Parece sentindo a falta
Do dono do lugar
Vou pedir aos meus amigos
Que coloquem junto comigo
Dentro do caixão
Meu chapéu de couro
A perneira e o gibão
Quem sabe lá no céu
Haja um menestrel
Que em sua apresentação
Queira representar
Um vaqueiro do sertão
Ou então São Pedro
Queira juntar
Os vaqueiros que lá estão
E fazer uma grande festa
De apartação