Eu não deixo o meu lugar
Desse jeito eu não aguento
É muito sofrimento
Viver neste sertão
Falta chuva falta pasto
Para escapar a criação
Já perdi minhas vaquinhas
As poucas que eu tinha
A seca já levou
O açude está minguando
A cacimba está secando
A calamidade vem chegando
Valei-me Nosso Senhor
Eu lhe peço em boa hora
A Jesus e Nossa Senhora
Nos vala nesta hora
De agonia e precisão
Pois é muito sofrimento
Para o povo do sertão
Será que eu resisto
Passar por tudo isso
E conseguir escapar
Eu prefiro até morrer
Mas não deixo o meu lugar