Eu não deixo o meu lugar

Desse jeito eu não aguento

É muito sofrimento

Viver neste sertão

Falta chuva falta pasto

Para escapar a criação

Já perdi minhas vaquinhas

As poucas que eu tinha

A seca já levou

O açude está minguando

A cacimba está secando

A calamidade vem chegando

Valei-me Nosso Senhor

Eu lhe peço em boa hora

A Jesus e Nossa Senhora

Nos vala nesta hora

De agonia e precisão

Pois é muito sofrimento

Para o povo do sertão

Será que eu resisto

Passar por tudo isso

E conseguir escapar

Eu prefiro até morrer

Mas não deixo o meu lugar

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 30/05/2016
Reeditado em 04/06/2016
Código do texto: T5651820
Classificação de conteúdo: seguro