Portucalmo
Infeliz morrer
Sem ruído algum
Devagar assim
Como qualquer um
Sem um alarido nem santo ou bandido
Que herói que guerreiro
Murchando no canto
Sem um beijo sem agrado
Qual flor sem ter cheiro
Que coitado que fim
Portucalmo tem
Tem televisão
Móveis cortinas
E um caixão
Infeliz morrer
Gota a gota assim
Fora dia azul dentro cinza-fim
Sem cheiro a tragédia
E nem é comédia
Que sabor que tempero
Murchando aos pouquinhos
Calmarias que destino
Cadê os parentes pra herdar
Meus restinhos
(Copenhague, Dinamarca/1979)
(Ritmo – Bolero)