Desolação

Vento que corta o meu sertão

Levantando poeira na escuridão

Levando a esperança que brota da terra

Matando a semente plantada no chão

E a chuva não chega

É ano de seca

É a terra que seca

É desolação

O sol inclemente castiga a terra

Quem conhece a fera

Não vê solução

Sabe que a fome

Humilha e consome

Matando aos poucos

Não tem compaixão

Nem mesmo as promessas

Trouxeram a esperança

De ver a chuva

Cair no sertão

Piedade, Senhor

De nossos irmãos

Que sofrem e padecem

Mas não deixam o sertão

Sem pasto e sem água

Tudo se acaba

É só aflição

Só sobrou

Macambira e mandacaru

Meu irmão

O sertanejo é forte

Enfrenta a morte e a privação

Esperando que a chuva

Chegue de novo

E que a vida um dia

Rebrote do chão

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 06/04/2016
Reeditado em 20/01/2023
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