Não acredito em mim
Sei que num lugar obscuro, muitas vezes no escuro
É possível encontrar
Uma luz no fim do túnel, uma agulha no palheiro
Um império sem Czar
Uma estrela decadente ou um dos grãos de areia
Banhados pelo mar
Uma chama que derreta e transforme
Em paraíso nossa calota polar
Pare de mentir
Já não aguento mais
Ouvir a sua voz me dá enjoo e não
Consigo acreditar em mim
Quero acreditar na estória sobre o cavalo de Tróia
Que podia conquistar
Que os moinhos de vento olhados por Dom Quixote
Viravam dragões
E que as lindas sereias atraiam marinheiros
Para nunca mais voltar
E numa outra que dizia, que mais dia menos dia
Esse mundo ia acabar
Pare de mentir
Já não aguento mais
Ouvir a sua voz me dá enjoo e não
Consigo acreditar em mim