DJ INOVATOR – PARÓDIA
DJ INOVATOR – RAPSÓDIA DE UMA VILA
O tempo passou (bem como eles dizem)
mas eu lembro o que rolou aqui na vila (revisem!)
Eu sei que minha história não começa aqui
E que de paraquedas meio que eu caí.
E não tem nada, eu era mesmo um Jacu
cheguei para ser zoado ainda mais que o Buiu.
Criança de apê sem malícia ou vivência
Fui logo me meter com a turma do Independência.
É raro quem vem de uma goma sem quintal
querer andar do lado, tive que pagar pau.
Rolava aqui no Independência
Logo que eu cheguei, eu bem me lembro, às vezes,
me chamavam pra jogar um futebol com eles
eu feliz vendo o convite como algo que aproxime
e eles querendo só um puto que viesse pra dar time
par ou ímpar, iam os melhores primeiro
no fim, só os ruins, eu e o Buiu de goleiros.
Nos momentos que na linha jogar eu conseguia
Era só para levar caneta do Melancia.
Baianinho detonava, do esporte sabe tudo.
Dividida com o Lindinho? Só se for o Caneludo.
É gol feito ou gol tomado que reveza a posição.
mas toda hora “é sua vez volta pra lá Salomão”.
Rolava aqui no Independência
E por falar em revezamento, agora eu vou mencionar
a brincadeira que uma turma aí gostava de brincar
dessa vez não digo nomes porque a história choca
envolve rato na pistola, matagal, troca-troca
Só posso revelar que era lá na dezoito
a rua onde morava essa galera do biscoito.
Fica sussa, já disseram, que isso é coisa normal
Nem sempre quem faz isso vira homossexual.
Virou segredo, entrou para a história, ninguém lembra direito,
e se o seu filho for viado vai ter nosso respeito.
Rolava aqui no independência
Rolimã na dezessete, tinha a melhor ladeira
A rua cheia de moleque e corrida à tarde inteira
Era outra turma o Dadá, Carlão, Gaguinho (o capeta!)
Chirói, Andrezão e o Davi Boca Preta.
E o melhor da descida? Até hoje se discute
Como faz um carrinho ou amarra o kichute?
De repente, na calçada, uma criança observo,
Cara fechada, bicudão, sobre um carrinho de ferro,
não ganhava uma corrida aquela merda de brinquedo.
Diz aí, não sei pra que sair na rua, Galego...
Rolava aqui no independência
No fim da rua, mais velho, cabelo rosa, brigão
morava um motoqueiro, ele se achava o peão.
Andava sempre montado, chapéu e bota no pé
dizia que era de raça aquele pangaré.
Pagava uma de artista de aerografia
Estilizava a motoca, o capacete fazia.
Tentou pintar o boi Bandido numa pose maneira
no seu portão ficou uma vaca plantando bananeira.
Mas é no medo de sapo que o cara se estrepa
E ‘tão dizendo por aí que a lei se aplica a perereca.
Diz a aí Berlei,
E essa lei?
Procede?
Rolava aqui no independência
O tempo passou (bem como eles dizem)
se rolar bailinho à noite, por favor, me avisem!
Ensaiar paradinha um e dois. Só passinho.
Som na Santa Isabel é a pé o caminho...
DJ Milton (Gordo Rap) Clayton e companhia,
Fabiana, Marila, Marcela, Karina e Milene subiam.
Sem convite para entrar na adolescência. O que exigem?
É só experimentar, ousar perder boca virgem.
E por falar em lei, melhor ficar calado,
tem gente da rua que hoje é advogado.
E da turma era o mais pivete, nem saía na rua
Menudo santa isabel mobilete
E todas as menininhas querem pagar um .. cinema?
...
continua