Não com você

Todo dia, depois do trabalho

e da hora da malhação,

a mulher chega em casa

escondendo o chocalho,

pisando o soalho com levitação.

O marido, amoroso, dengoso,

sente o cheiro de amor pelo ar

e persegue a esposa meloso

querendo de jeito o direito de amar.

Desculpa, meu amor,

não é você, não é nada,

hoje não, por favor,

está muito cedo; já é madrugada.

Todo dia, chegando em casa

esgueirando-se pelo corredores,

a mulher se protege da caça,

fazendo pirraça, inventando dores.

Desculpa, meu amor,

não é você, não é nada,

hoje não, por favor,

está muito cedo; já é madrugada.

O marido, cansado, na seca,

encosta a mulher na parede e pressão:

Ultimato de amor é no ato, não tem etiqueta,

ou não se mata a questão.

Ok, meu amor,

Não dá pra esconder

Quero, sim, fazer amor,

Mas não mais com você!