Estabilidade
 
Quando eu primo por estética
Tenciono
Se eu me esqueço da ética
Acamo
 
Numa hipótese mais pretenciosa
Deliro
Se penso o mundo cor de rosa
Eu piro
 
Se era tempo de colheita
Semeio
Ninguém crê no amor sem provas
Eu creio
 
Vida utópica e venturosa
É falácia
Um jardim mais verdejante
É o da praça
 
Tanto é que não me afundo em tristezas
Porque a alternância vai me matar
Fico morno quase frio na certeza
Que o que é mesmo bom nunca vai rolar
 
Não adianta eu cobrar alguma autoria
Da filosofia que escrevi
Pois na prática uma imprevista alegria
A contragosto não atesta isso aqui