A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE... O PREÇO... O TEMPO... "Depois da dramaturgia de Nelson Rodrigues, uma boa cantoria de Nelson Gonçalves". (Os Beija-Flores).

Músicas. Principalmente para as pessoas da 5ª (V) idade.

Nelson Gonçalves.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Informação Geral.

Nome Completo – Antônio Gonçalves Sobral.

Também conhecido como – “Rei do Rádio” e “O Boêmio”.

Gênero – MPB.

Extensão Vocal – Barítono.

Período em Atividade – 1941-1998.

Gravadora – RCA Victor.

Nelson Gonçalves (nome artístico de Antônio Gonçalves Sobral, Santana do Livramento, Rio Grande do Sul, 21 de junho de 1919 — Rio de Janeiro, 18 de abril de 1998) – 78 anos - foi um dos maiores cantores e compositores brasileiro. Terceiro maior vendedor de discos da história do Brasil, com mais de 75 milhões de cópias vendidas, fica atrás apenas de Roberto Carlos, com mais de 120 milhões e Tonico & Tinoco com aproximadamente 150 milhões. Seu maior sucesso foi a canção "A Volta do Boêmio".

Biografia / Carreira.

Nasceu no interior do Rio Grande do Sul, mas mudou-se com os seus pais, portugueses de Lisboa, para São Paulo, no bairro do Brás. Quando criança, era levado para praças e feiras pelo seu pai, que precisava sustentar a família, e para isso, além de fazer outros serviços, fingia-se de cego e tocava violino, enquanto Nelson cantava, agradando os transeuntes e ganhando gorjetas.

Sua família era muito humilde e por isto, Nelson teve que abandonar os estudos no início de sua adolescência, para ajudar o pai a sustentar o lar. Foi jornaleiro, mecânico, engraxate, polidor e tamanqueiro.

Querendo ganhar mais dinheiro e seguir uma profissão, se inscreveu em concursos de luta e venceu, tornando-se lutador de boxe na categoria peso-médio, recebendo, aos dezesseis anos de idade, o título de campeão paulista de luta. Após o prêmio, só ficou mais um ano lutando, pois queria investir em seu sonho de infância: Ser artista.

Mesmo com o apelido de "Metralha", por causa da gagueira, tomou coragem e não se deixou levar pelos preconceitos, e decidiu ser cantor, após deixar os ringues de luta.

Em uma de suas primeiras bandas, teve como baterista Joaquim Silva Torres. Foi reprovado duas vezes no programa de calouros de Aurélio Campos. Finalmente foi admitido na rádio PRA-5, mas dispensado logo depois.

Nesta época, em 1939, aos 20 anos, casou-se com sua noiva, Elvira Molla. Com Elvira teve um casal de filhos: Marilene Gonçalves e Nelson Antônio Gonçalves. Sem emprego, trabalhava como garçom no bar do seu irmão, na avenida São João.

Neste mesmo ano, seguiu para o Rio de Janeiro com a esposa, onde trilhou mais uma vez o caminho dos programas de calouros. Foi reprovado novamente na maioria deles, inclusive no de Ary Barroso, que o aconselhou a desistir.

Em 1941, conseguiu gravar um disco de 78 rotações, que foi bem recebido pelo público. Passou a crooner do Cassino Copacabana (do Hotel Copacabana Palace) e assinou contrato com a Rádio Mayrink Veiga, iniciando uma carreira de ídolo do rádio nas décadas de 40 e 50, da escola dos grandes, discípulo de Orlando Silva e Francisco Alves.

Alguns de seus grandes sucessos dos anos 40 foram Maria Bethânia (Capiba), Normalista (Benedito Lacerda / Davi Nasser), Caminhemos (Herivelto Martins), Renúncia (Roberto Martins / Mário Rossi) e muitos outros.

Maiores ainda foram os êxitos na década de 50, que incluem Última Seresta (Adelino Moreira / Sebastião Santana), Meu Vício É Você e a emblemática A Volta do Boêmio (ambas de Adelino Moreira).

No final dos anos 40, seu casamento com Elvira estava abalado, por muitas brigas conjugais devido aos ciúmes de Elvira. Em uma turnê por Minas Gerais, Nélson conheceu Maria, uma fã, que se declarou apaixonada por ele. Não resistindo à jovem, os dois passaram a ter um caso, e Nélson sempre ia visitá-la no interior de Minas.

A moça engravidou, mas não revelou a Nélson, por medo de a família saber que ela se envolveu com um homem casado, pois Maria sabia que Nélson jamais largaria a esposa para ficar com ela. Ele até poderia assumir o bebê, mas a família de Maria não aceitaria vê-la sendo mãe solteira.

Assim, a jovem terminou o relacionamento e Nélson ficou sem entender o porque. Nélson, então, já não mais feliz no casamento com Elvira, entrou com o pedido de divórcio, que foi dado pela esposa. Só em 1991 Nélson conheceu a filha que teve com a amante, Maria, mas esta já havia falecido.

Após exame de DNA, comprovou-se que Lílian realmente era sua filha. Sendo assim, ele aceitou feliz esta nova filha, que conheceu seus meios-irmãos, sendo bem aceita por eles.

Na década de 50, além de shows em todo o Brasil, chegou a se apresentar em países como Uruguai, Argentina e Estados Unidos, no Radio City Music Hall.

Logo após o divórcio conhece Lourdinha Bittencourt, substituta de Dalva de Oliveira no Trio de Ouro. Os dois se apaixonam e após alguns anos de namoro, casam-se, em 1952.

O casal passou os primeiros anos em lua-de-mel, e não pensavam em ter filhos, já que Lourdinha era muito vaidosa com o corpo e apesar de ser apenas quatro anos mais nova que o marido, se considerava jovem demais para ter filhos. Apesar da felicidade no início do casamento, com os anos a união foi se deteriorando, e o casamento durou até 1959, quando Lourdinha pediu o divórcio, devido as traições de Nélson.

No início da década de 60, Nélson conheceu Maria Luiza da Silva e começaram a namorar. Em poucos anos noivaram e em 1965, casaram-se. O casal teve dois filhos: Ricardo da Silva Ramos Gonçalves e Maria das Graças da Silva Ramos Gonçalves. Em homenagem a filha, sua caçula tem seu apelido no refrão da música Até 2001. (É no gogo gugu).

O casamento passou por grandes tribulações, quando Nélson se envolveu com cocaína, em 1958. Usando drogas por anos, sua esposa lutou contra o vício de Nélson, e apesar disto, Nélson foi preso em flagrante em 1965 por porte de drogas, e passou um mês na Casa de Detenção, o que lhe trouxe problemas pessoais e profissionais.

Por todo esse tempo, sua esposa o visitou no presídio e juntava economias dela e do marido, que pagavam seu tratamento e seu advogado. Após sair da cadeia e diminuir o uso de drogas, voltou a lançar o disco “A Volta do Boêmio nº1”, um grande sucesso.

Após poucos anos, abandonou de vez o vício, sempre com o apoio de sua mulher. Totalmente recuperado, retomou sua carreira, cada vez mais bem sucedida.

Continuou gravando regularmente nos anos 70, 80 e 90, reafirmado a posição entre os recordistas nacionais de vendas de discos. Além dos eternos antigos sucessos, Nélson Gonçalves sempre se manteve atento a novos compositores, e chegou a gravar canções de Gérson Deveras com uma das principais bandas do underground brasiliense Os Cachorros das Cachorras (Baião de Dois Bolero-Lero), Ângela Rô Rô (Simples Carinho), Kid Abelha (Nada por Mim), Legião Urbana (Ainda É Cedo) e Lulu Santos (Como uma Onda). Compôs e gravou “A Deusa do Amor”, com Lobão.

Ganhador de um prêmio Nipper da RCA, dado aos que permanecem muito tempo na gravadora, sendo somente Elvis Presley o outro agraciado.

Durante sua carreira, gravou mais de duas mil canções, 183 discos em 78 rpm, 128 álbuns, vendeu cerca de 75 milhões de discos, ganhou 38 discos de ouro e 20 de platina.

Morreu em consequência de um infarto agudo do miocárdio no apartamento de sua filha Margareth, no Rio de Janeiro. Encontra-se sepultado no Cemitério São João Batista no Rio de Janeiro.

Dramatizações.

A vida de Nélson Gonçalves teve sua biografia dramatizada nas seguintes obras:

• Na década de 90, foi encenado nas principais capitais do país o musical Metralha.

• Em 2001 foi lançado o documentário Nélson Gonçalves, contando a sua trajetória, com direção de Elizeu Ewald e protagonizado por Alexandre Borges e Júlia Lemmertz, e tendo a sua filha Margareth Gonçalves como produtora executiva.

Maiores sucessos.

(ordem cronológica).

• 1941 - "Se Eu Pudesse um Dia"

• 1942 - "Dorme que Eu Velo por Ti"

• 1942 - "Fingiu Que Não Me Viu"

• 1942 - "Renúncia"

• 1943 - "Noite de Lua"

• 1943 - "Quando a Saudade Vier"

• 1943 - "Não Sou Feliz nos Amores"

• 1943 - "A Saudade É um Compasso de Mais"

• 1943 - "A Mulher do Seu José"

• 1943 - "Solidão"

• 1943 - "Perfeitamente"

• 1944 - "Sabiá de Mangueira"

• 1944 - "Quase Louco"

• 1944 - "Dos Meus Braços Tu Não Sairás"

• 1944 - "Ela me Beijou"

• 1945 - "Eu Não Posso Viver Sem Mulher"

• 1945 - "Aquela Mulher"

• 1945 - "Meus Amores"

• 1945 - "Maria Bethânia"

• 1946 - "Pelas Lágrimas"

• 1946 - "Seus Olhos na Canção"

• 1946 - "Segure no Meu Braço"

• 1946 - "Quando É Noite de Lua"

• 1946 - "Menina dos Olhos"

• 1946 - "A Você"

• 1946 - "Coração"

• 1946 - "Espanhola"

• 1947 - "Dona Rosa" (com Isaura Garcia)

• 1947 - "Segredo"

• 1947 - "A Rainha do Mar"

• 1947 - "Odalisca"

• 1948 - "Princesa de Bagdá"

• 1948 - "Perdôo, Sim"

• 1949 - "Normalista"

• 1949 - "Quando Voltares"

• 1949 - "Pepita"

• 1952 - "Confete Dourado"

• 1953 - "Camisola do Dia"

• 1953 - "Meu Vício É Você"

• 1954 - "Carlos Gardel"

• 1954 - "Francisco Alves"

• 1955 - "Último Desejo"

• 1955 - "Esta Noite me Embriago"

• 1955 - "Hoje Quem Paga Sou Eu"

• 1956 - "Nossa Senhora das Graças"

• 1956 - "Por um Beijo de Amor"

• 1956 - "Meu Vício É Você"

• 1956 - "Natal Branco" (com o Trio de Ouro)

• 1957 - "A Volta do Boêmio"

• 1957 - "Pensando em Ti"

• 1957 - "História da Lapa"

• 1957 - "Grilo Seresteiro"

• 1958 - "Escultura"

• 1958 - "Pensando em Ti"

• 1959 - "Prece ao Sol"

• 1959 - "Revolta"

• 1959 - "Deusa do Asfalto"

• 1960 - "Meu Dilema"

• 1960 - "Chore Comigo"

• 1960 - "Queixas"

• 1961 - "Negue"

• 1961 - "Fica Comigo Esta Noite"

• 1962 - "Dois Amores"

• 1963 - "Enigma".

Ver também.

Lista de recordistas de vendas de discos no Brasil.

Lista de recordistas de vendas de discos.

Categorias:

• Nascidos em 1919

• Mortos em 1998

• Nélson Gonçalves

• Luso-brasileiros

• Naturais de Santana do Livramento

• Cantores do Rio Grande do Sul

• Recordistas de vendas de discos

• Recordistas de vendas de discos no Brasil

• Barítonos.

A seguir algumas músicas cantadas por Nelson Gonçalves.

A Volta do Boêmio.

Autor: Adelino Moreira. Música de 1957.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 289.414

Boemia, aqui me tens de regresso

E suplicante te peço a minha nova inscrição.

Voltei pra rever os amigos que um dia

Eu deixei a chorar de alegria, me acompanha o meu violão.

Boemia, sabendo que andei distante,

Sei que essa gente falante vai agora ironizar.

"Ele voltou! O boêmio voltou novamente.

Partiu daqui tão contente. Por que razão quer voltar?"

Acontece que a mulher que floriu meu caminho

De ternura, meiguice e carinho, sendo a vida do meu coração.

Compreendeu e abraçou-me dizendo a sorrir:

"Meu amor, você pode partir, não esqueça o seu violão.

Vá rever os seus rios, seus montes, cascatas.

Vá sonhar em novas serenatas e abraçar seus amigos leais.

Vá embora, pois me resta o consolo e alegria

De saber que depois da boemia

“É de mim que você gosta mais".

Maria Bethânia.

Autor: Capiba. Música de 1945.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 28.345

Maria Bethânia tu és para mim a senhora do engenho

em sonhos te vejo

Maria Bethânia és tudo que eu tenho

quanta tristeza

sinto no peito

só em pensar

que o meu sonho está desfeito.

Maria Bethânia te lembras ainda daquele São João

as minhas palavras caíram bem dentro do teu coração

tu me olhavas

com emoção

e sem querer

pus minha mão em tua mão.

Maria Bethânia tu sentes saudade de tudo, bem sei

porém também sinto saudade do beijo que nunca te dei

beijo que vive

com esplendor

nos lábios meus

para aumentar a minha dor.

Maria Bethânia eu nunca pensei acabar tudo assim

Maria Bethânia por Deus eu te peço tem pena de mim

hoje confesso

com dissabor

que não sabia

Nem conhecia o amor.

Normalista.

Autores: Benedito Lacerda e Davi Nasser. Música de 1949.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 33.302

Vestida de azul e branco

Trazendo um sorriso franco

No rostinho encantador.

Minha linda normalista

Rapidamente conquista

Meu coração sem amor.

Eu que trazia fechado

Dentro do peito guardado

Meu coração sofredor.

Estou bastante inclinado

A entregá-lo ao cuidado

Daquele brotinho em flor.

Mas, a normalista linda

Não pode casar ainda

Só depois que se formar...

Eu estou apaixonado

O pai da moça é zangado

E o remédio é esperar.

Caminhemos.

Autor: Herivelto Martins.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 23.714

Não, eu não posso lembrar que te amei

Não, eu preciso esquecer que sofri.

Faça de conta que o tempo passou

E que tudo entre nós terminou.

E que a vida não continuou pra nós dois

Caminhemos, talvez nos vejamos depois.

Vida comprida, estrada alongada

Parto à procura de alguém, à procura de nada.

Vou indo, caminhando sem saber aonde chegar

Talvez que na volta, te encontre no mesmo lugar.

Renúncia.

Autores: Roberto Martins e Mário Rossi. Música de 1942.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 18.489

Hoje não existe nada mais entre nós

Somos duas almas que se devem separar

O meu coração vive chorando e minha voz

Já sofremos tanto que é melhor renunciar.

A minha renúncia

Enche-me a alma e o coração de tédio.

A tua renúncia

Dá-me um desgosto que não tem remédio.

Amar é viver

É um doce prazer, embriagador e vulgar

Difícil no amor é saber renunciar.

(orquestra)

A minha renúncia

Enche-me a alma e o coração de tédio.

A tua renúncia

Dá-me um desgosto que não tem remédio.

Amar é viver

É um doce prazer, embriagador e vulgar

Difícil no amor é saber renunciar.

Meu Vício é Você. (Boneca de Trapo).

Autor: Adelino Moreira. Música de 1953.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 42.021

Boneca de trapo, pedaço da vida

Que vive perdida no mundo a rolar

Farrapo de gente que inconsciente

Peca só por prazer, vive para pecar.

Boneca, eu te quero com todo pecado

Com todos os vícios, com tudo, afinal

Eu quero esse corpo que a plebe deseja

Embora, ele seja prenúncio do mal.

Boneca noturna que gosta da lua

Que é fã das estrelas e adora o luar

Que sai pela noite e amanhece na rua

E há muito não sabe o que é luz solar.

Boneca vadia de manha e artifícios

Eu quero para mim seu amor, só porque

Aceito seus erros, pecados e vícios

Pois, na minha vida, meu vício é você.

Carlos Gardel.

Música de 1954 – (Tango).

Nelson Gonçalves.

Tango, bandoneon, uma guitarra que geme

Num ritmo de amor desesperado

Um cabaret que fecha suas portas

Uma rua de amor e de pecado.

Um guarda que vigia numa esquina

Um casal que anda a procura de um hotel

Um resto de melodia

Um assobio uma saudade imortal

Carlos Gardel.

Carlos Gardel

Buenos Aires cantava no teu canto

Buenos Aires chorava no teu pranto

E vibrava em tua voz.

Carlos Gardel

O teu canto era a batuta de um maestro

Que fazia pulsar os corações

Na amargura das tuas melodias.

Carlos Gardel

Se cantavas a tragédia das perdidas

Compreendendo suas ouvidas

Perdoavas seu papel.

Por isso enquanto houver um tango triste

Um otário, um cabaret, uma guitarra

Tu viverás também

Carlos Gardel.

Carlos Gardel

Buenos Aires cantava no teu canto

Buenos Aires chorava no teu pranto

E vibrava em tua voz.

Carlos Gardel

O teu canto era a batuta de um maestro

Que fazia pulsar os corações

Na amargura das tuas melodias.

Por isso enquanto houver um tango triste

Um otário, um cabaret, uma guitarra

Tu viverás também

Carlos Gardel.

Hoje Quem Paga Sou Eu.

Música de 1955.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 22.467

Antigamente nos meus tempos de ventura

Quando eu voltava do trabalho para o lar

Deste bar alguém gritava com ironia:

"Entra mano, o fulano vai pagar".

Havia sempre alguém pagando um trago

Pelo simples direito de falar

Havia sempre uma tragédia entre dois copos

Nas gargalhadas de um infeliz a soluçar.

Eu sabia que era um estranho desse meio

Um estrangeiro na fronteira desse bar

Mas bebia, outros pagavam e eu partia

Para o mundo abençoado do meu lar.

Hoje, faço deste bar a sucursal

Do meu lar que atualmente não existe

Tenho minha história pra contar.

Uma história que é igual, amarga e triste

Sou apenas uma sombra que mergulha

No oceano de bebida, o seu passado.

Faço parte dessa estranha confraria

Do vermuth, do conhaque e do traçado.

Mas se passa pela rua algum amigo

Em cuja porta a desgraça não bateu

Grito que entre neste bar beba comigo

Hoje quem paga sou eu!

Pensando Em Ti.

Música de 1957.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 30.785

Eu amanheço pensando em ti,

Eu anoiteço pensando em ti,

Eu não te esqueço,

É dia e noite pensando em ti.

Eu vejo a vida pela luz dos olhos teus

Me deixe ao menos

Por favor, pensar em Deus.

Nos cigarros que eu fumo

Te vejo nas espirais

Nos livros que eu tento ler

Em cada frase tu estas.

Nas orações que eu faço

Eu encontro os olhos teus

Me deixe ao menos por favor pensar em Deus.

...pensando em ti...

...pensando em ti...

Nos cigarros que eu fumo

Te vejo nas espirais

Nos livros que eu tento ler

Em cada frase tu estas

Nas orações que eu faço

Eu encontro os olhos teus

Me deixe ao menos, por favor, pensar em Deus.

...em Deus...

...em Deus...

Fica Comigo Esta Noite.

Música de 1961.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 190.266

Fica comigo esta noite

E não te arrependerás.

Lá fora o frio é um açoite,

Calor aqui tu terás.

Terás meus beijos de amor,

Minhas carícias terás,

Fica comigo esta noite

E não te arrependerás.

Quero em teus braços, querida,

Adormecer e sonhar,

Esquecer que nos deixamos

Sem nos querermos deixar...

Tu ouvirás o que eu digo,

Eu ouvirei o que dizes.

Fica comigo esta noite.

E então seremos felizes.

Nem às Paredes Confesso.

Autor: Noel Rosa.

Nelson Gonçalves.

Não queiras gostar de mim

Sem que eu te peça

Nem me dês nada que ao fim eu não mereça.

Vê se me deitas depois

Culpas no rosto

Eu sou sincero porque não quero dar-te um desgosto.

De quem eu gosto, nem às paredes confesso.

E nem aposto que não gosto de ninguém

Podes rogar, podes jurar, podes sorrir também.

De quem eu gosto, nem às paredes confesso.

(Bis).

Quem sabe se eu te esqueci ou se te quero

Quem sabe até se é por ti, que eu tanto espero.

Se gosto ou não, afinal, isso é comigo

Mesmo que penses que me convences

Nada te digo.

Naquela Mesa.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 495.671

Naquela mesa ele sentava sempre

E me dizia sempre o que é viver melhor.

Naquela mesa ele contava histórias

Que hoje na memória eu guardo e sei de cor.

Naquela mesa ele juntava gente

E contava contente o que fez de manhã.

E nos seus olhos era tanto brilho

Que mais que seu filho

Eu fiquei seu fã.

Eu não sabia que doía tanto

Uma mesa num canto, uma casa e um jardim.

Se eu soubesse o quanto dói a vida

Essa dor tão doída não doía assim.

Agora resta uma mesa na sala

E hoje ninguém mais fala do seu bandolim.

Naquela mesa tá faltando ele

E a saudade dele tá doendo em mim.

Naquela mesa tá faltando ele

E a saudade dele tá doendo em mim.

Cabocla.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 35.191

Cabocla, teu olhar

Está me dizendo

Que você está me querendo,

Que você gosta de mim.

Cabocla, não lhe dou meu coração.

Hoje você me quer muito

E amanhã não quer mais não.

Não creio mais em amor nem amizade.

Vivo só para a saudade

Que o passado me deixou...

A vida para mim não vale nada

Desde o dia em que a malvada

O coração me estraçalhou.

Às vezes, pela estrada enluarada

Lembro-me de uma toada

Que ela para mim cantava.

Quando eu era feliz e não pensava

Que a desgraça em minha porta

Passo a passo me rondava.

Depois que ela partiu eu fiquei triste,

Nada mais pra mim existe,

Fiquei no mundo a penar.

E quando penso nela, oh, grande Deus,

Eu sinto dos olhos meus, tristes lágrimas rolar.

Revolta.

Música de 1959.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 11.831

Hoje tão longe dos teus lábios sedutores

Sem o carinho dos teus beijos, meu amor

Não tenho horas de sossego em minha vida

Sou mais um barco que não tem navegador.

Vivo perdido no passado dos teus beijos

Sinto o fantasma dos teus lábios junto aos meus

Beijo outras bocas pra fugir da tua boca

E sinto ainda o sabor dos beijos teus.

O desespero me tirou a consciência

E no delírio que me envolve esta paixão

Eu vou tramando no meu cérebro-nervoso

Uma maneira de magoar teu coração.

É meu consolo acreditar que estás sofrendo

Em tua vida de prazeres e de louca

Beijando bocas, como eu, mas com saudades

Dos beijos que eu roubei da tua boca.

Último Desejo.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 7.620

Nosso amor que eu não esqueço

E que teve seu começo numa festa de São João.

Morre hoje sem foguete, sem recado e sem bilhete

Sem luar e sem violão.

Perto de você me calo, tudo penso e nada falo

Tenho medo de chorar.

Nunca mais quero seu beijo,

Mas meu último desejo, você não pode negar.

Se alguma pessoa amiga, pedir que você lhe diga

Se você me quer ou não.

Diga que você me adora, que você lamenta e chora a

Nossa separação.

E as pessoas que eu detesto,

Diga sempre que eu não presto,

Que meu lar é um botequim.

Que eu arruinei sua vida

Que eu não mereço a comida que você pagou pra mim.

Meus Tempos de Criança.

Autor: Ataulfo Alves.

Nelson Gonçalves.

Eu daria tudo que eu tivesse

Pra voltar aos dias de criança

Eu não sei pra que a gente cresce

Se não sai da gente essa lembrança.

Aos domingos, missa na matriz

Da cidadezinha onde eu nasci

Ai, meu Deus, eu era tão feliz

No meu pequenino Miraí.

Que saudade da professorinha

Que me ensinou o beabá.

Onde andará Mariazinha

Meu primeiro amor, onde andará?

Eu igual a toda meninada

Quanta travessura que eu fazia

Jogo de botões sobre a calçada

Eu era feliz e não sabia.

A Flor do Meu Bairro.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 38.467

Introdução:

A minha história é vulgar

mas algo fica provado

nem sempre o primeiro amor

é o primeiro namorado.

A flor do meu bairro

Tinha o lirismo da lua

Morava na minha rua

Num chalé fronteiro ao meu.

Eu conheci

O seu primeiro amor

A sua primeira dor

E o primeiro erro seu.

Lembro-me ainda

O bairro inteiro sentiu

A flor ingênua sumiu

Com seu amor, o seu rei.

E eu que era

Seu primeiro namorado

De tão triste e apaixonado

Nunca mais me enamorei.

Hoje depois de alguns anos

Eu encontrei-me com ela

Na rua dos desenganos

Menos ingênua e mais bela.

Ela fingindo desejo

A boca me ofereceu

E eu paguei por um beijo

Que no passado foi meu.

A minha história é vulgar

Mas algo fica provado

Nem sempre o primeiro amor

É o primeiro namorado.

(orquestra).

A minha história é vulgar

Mas algo fica provado

Nem sempre o primeiro amor

É o primeiro namorado.

Atiraste Uma Pedra.

Nelson Gonçalves.

Exibições: 8.462

Atiraste uma pedra no peito de quem

Só te fez tanto bem...

E quebraste um telhado,

Perdeste um abrigo

Feriste um amigo

Conseguiste magoar

Quem das mágoas te livrou

Atiraste uma pedra

Com as mãos que esta boca

Tantas vezes beijou.

Quebraste o telhado

Que nas noites de frio

Te servia de abrigo...

Perdeste o amigo

Que os teus erros não viu

E o teu pranto enxugou...

Mas, acima de tudo

Atiraste uma pedra

Turvando esta água

Esta água que um dia

Por estranha ironia

Tua sede matou.

Observação do escriba: Nelson Gonçalves era usuário de cigarros e chegou a ser preso pelo uso de cocaína.

Aracaju, sábado, 28 de novembro de 2015.

Jorge Martins Cardoso – Médico – CREMESE – 573.

Fontes: (1) – Dra. Internet. (2) – Dr. Google. (3) – Dra. Wikipédia. (4) – Outras fontes.