FRIEZA
Transei a frieza das horas
medi cada palmo de atraso,
e pus no cantinho do muro
as sobras que ontem faltavam.
Despi do uniforme diário
vesti a camisa de seda;
e de violão em punho
sai pra cantar a vida.
Pensei ver meu samba agradar,
mas a frieza do público desanimado,
emudeceu meu violão e fez meu samba calar.