A LIBERDADE... O CONHECIMENTO... A ARTE... O PREÇO... "Algumas músicas do compositor "Almirante", principalmente para as pessoas da 4ª idade". (J.M.C.).

Algumas músicas do compositor Almirante.

Almirante (compositor).

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Informação Geral:

- Nome Completo – Henrique Foréis Domingues.

- Também conhecido como – “A Maior Patente do Rádio”.

- Nascimento – 19 de fevereiro de 1908.

- Origem – Rio de Janeiro.

- País – Brasil.

- Data da Morte – 22 de dezembro de 1980 (72 anos).

- Gêneros – Marcha e Samba.

- Gravadora (s) – Odeon, Parlophon, Victor, Todamérica, Continental, Sinter, Fontana, Imperial e MEC.

- Afiliação (ões) – “Flor do Tempo” e “Bando de Tangarás”

Henrique Foréis Domingues (Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 1908 — Rio de Janeiro, 22 de dezembro de 1980) foi um cantor, compositor e radialista brasileiro, também conhecido por Almirante. Seu codinome na “Era de Ouro do Rádio” era: "A Mais Alta Patente do Rádio".

Pioneiro da música popular no país, começou sua carreira musical em 1928 no grupo amador "Flor do Tempo" formado por alunos do Colégio Batista, do bairro da Tijuca, Rio de Janeiro.

Compunham o grupo, além de Almirante (cantor e pandeirista) os violonistas Braguinha (João de Barro) Alvinho e Henrique Brito.

Em 1929, convidados a gravar um disco na Parlophon (subsidiária da Odeon) admitem mais um violonista, do bairro vizinho de Vila Isabel, um jovem talento chamado Noel Rosa.

O grupo então é rebatizado para Bando de Tangarás, nome inspirado numa lenda do litoral paranaense, a "dança dos tangarás" que conta a história de um grupo de pássaros (os tangarás) que se reúne para dançar e cantar alegremente.

O "bando" se desfez em 1933 mas Almirante continuou sua carreira como cantor, interpretando sambas e músicas de carnaval, muitas de grande sucesso e hoje clássicos da música popular brasileira, como "O Orvalho Vem Caindo" (Noel Rosa / Kid Pepe), "Yes, Nós Temos Bananas" e "Touradas em Madri" (João de Barro/Alberto Ribeiro), entre outras.

Autor de uma das mais famosas músicas carnavalescas, "Na Pavuna", possuía enorme biblioteca e discoteca sobre música brasileira.

Em 1951, tornou-se o primeiro biógrafo do Poeta da Vila, ao produzir para a Rádio Tupi do Rio de Janeiro a série de programas semanais “No Tempo de Noel Rosa”, com histórias, depoimentos e interpretações de suas músicas, muitas delas inéditas.

Entre 18 de outubro de 1952 e 3 de janeiro de 1953, publicou na “Revista da Semana”, em capítulos, “A Vida de Noel Rosa”. Em 1963, com o mesmo título da série radiofônica, a “Editora Francisco Alves” lançou seu livro sobre o ex-companheiro do “Bando de Tangarás”.

Seus maiores sucessos:

• 1930 Na Pavuna

• 1931 Eu Vou Pra Vila

• 1931 Já Não Posso Mais

• 1933 Prato Fundo

• 1933 Moreninha da Praia

• 1933 Contraste

• 1933 O Orvalho Vem Caindo

• 1934 Menina Oxigenê

• 1934 Ninguém Fura o Balão

• 1935 Deixa a Lua Sossegada

• 1935 Pensei Que Pudesse Te Amar

• 1936 Amor em Excesso

• 1936 Marchinha do Grande Galo

• 1936 Levei Um Bolo

• 1936 Tarzan (O Filho do Alfaiate)

• 1937 Vida Marvada

• 1937 Apanhei Um Resfriado

• 1938 Yes, Nós Temos Bananas

• 1938 Touradas em Madrid

• 1939 Hino do Carnaval Brasileiro

• 1939 Vivo Cantando

• 1939 O Que é Que Me Acontecia

• 1940 Minha Fantasia

• 1941 Não Sei Dizer Adeus

• 1941 Qual Será o Score Meu Bem?

• 1951 Marchinha do Poeta.

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A seguir algumas letras de suas canções.

Apanhei Um Resfriado.

Almirante.

(REFRÃO)

Pelo costume de beber gelado

Apanhei um resfriado que foi um horror

Porém, com medo de fazer despesa

Quis a franqueza e não fui ao doutor.

Pra me curar

De tudo quanto foram me ensinado

Eu fui tomando e cada vez pior

E quem quiser, que siga o tratamento

Pois, se não morrer da cura, ficará melhor.

Tomei de tudo: escalda-pé, chá de limão

Até xarope de alcatrão

E nada me faltou

Tive dieta só de caldo de galinha

O galinheiro da vizinha

Se evaporou.

E tive febre, tive tosse e dor no peito

E até fiquei daquele jeito

Sem poder falar

Mandei chamar então um especialista

Que pediu dinheiro a vista

Pra poder me visitar.

[REFRÃO]

No bangalô, porém, choveu a noite inteira

E eu debaixo da goteira

Sem ninguém saber

A ventania arrancou zinco do telhado

E me deixou todo molhado

Quase pra morrer.

E a Guilhermina quis me dar um lenitivo

Então me fez um curativo

Eu fiquei jururu

E foi chamado finalmente um sacerdote

Pra me encomendar um lote

De dez palmos no Caju.

(INTERVALO INSTRUMENTAL).

(REFRÃO).

Adeus, amigos.

Almirante.

Adeus, amigos!

É hora da partida

Adeus, mulheres

Que eu mais amei na vida!

Rezem por mim

Se acaso eu não voltar.

Adeus, Odete, Isabel, Guiomar!

(bis).

Já, já houve a convocação

Entre a pátria e o amor

Eu sou um bom cidadão.

Meu companheiro de quarto

O meu abraço fraterno

Enquanto eu uso a mochila

Você pode usar meu terno

Adeus! Adeus.

Bombardeio em Berlim.

Almirante.

A RAF um dia desses visitou Berlim

E quase botou fogo no bigode do alemão

O tal do Adolfo andou da sala pra cozinha

Correndo, correndo

Com um fuzil na mão

(bis).

Que bombardeio, meu compadre!

Que carnaval!

Quem é que pode dormir

Com um barulho desses?

ÊÊÊÊÊÊÊÊ

Gritou o cabo marechal.

Chuva de Vento.

Almirante.

Chuva de vento

É quando o vento dá na chuva

Sol com chuva,

Céu cinzento

Casamento de viúva.

Zeca Secura

Da fazendo do Anzol

Quando chove não vê sol

Vai comprar feijão no centro

Bebe dez litros

De cachaça em meia hora

Pra aguentá chuva por fora

Tem que se molhar por dentro.

Vento danado

É aquele lá de Minas

Sopra em cima das meninas

Diverte a população

Até os velhos

Vão correndo pras janelas

Pra ver se alguma delas

Já usa combinação.

Faz sol com chuva

Tem viúva lá da Penha

Não há viúva que tenha

Tantos pretendente junto

Nessa corrida

Da viúva de seu Mário

Quem for vencedor do páreo

Ganha resto de defunto.

Quem nunca viu

Chuva de vento à fantasia

Vá em Caxambu de dia

Domingo de carnaval

Chuva de vento

Só essa de Caxambu

Domingo chove chuchu

E venta água mineral.

Um Zé Pau d'Água

Tem um amigo parasita

Não trabalha e sempre grita:

Viva Deus e chova arroz!

Gritando assim

Do seu povo ele se vinga:

Viva Deus e chova pinga

Que o arroz nasce depois.

Boneca de Piche.

Almirante.

Venho danado com meus calo quente,

Quase enforcado no meu colarinho,

Venho empurrando quase toda a gente,

Eh! Eh!

Pra ver meu benzinho.

Eh! Eh!

Pra ver meu benzinho,

Nego tu veio quase num arranco,

Cheio de dedo dentro dessas luva,

Bem que o ditado diz: nego de branco

(Eh! Eh!)

É sinar de chuva.

Eh! Eh!

É sinar de chuva,

Da cor do azeviche, da jabuticaba,

Boneca de piche, é tu que me acaba,

Sou preto e meu gosto, ninguém me contesta,

Mas há muito branco com pinta na testa,

Tem português assim nas minhas água,

Que culpa eu tenho de ser boa mulata,

Nego se tu borrece minhas mágoa

(Eh! Eh!)

Eu te dou a lata.

Eh! Eh!

Eu te dou lata,

Não me farseia ó muié canaia,

Se tu me engana vai haver banzé,

Eu te sapeco dois rabo-de-arraia, muié

(Eh!, Eh!)

E te piso o pé.

Eh! Eh!

E te piso o pé,

Da cor do azeviche, da jabuticaba,

Boneca de piche, sou eu que te acaba,

Tu é preto e teu gosto ninguém te contesta,

Mas há muito branco com pinta na testa,

Sou preto e meu gosto ninguém me contesta,

Mas há muito branco com pinta na testa.

Batente.

Almirante.

Queria te ver no batente

Sambando com a gente

Do Morro do Salgueiro.

Queria te ver sem orgulho

Fazendo barulho

Batendo pandeiro.

Sobe lá no morro

Para ver o que é orgia

Ver a bateria.

Ver o tamborim

Ver o cavaquinho

Que só faz é din-din-din

Ver o violão

Como faz bem a marcação.

Samba só é samba

Com batuque verdadeiro

Quando tem pandeiro

Marcando a cadência.

Quando o centro é feito

Por chocalho e por barrica

Veja como fica

Acompanhado pela cuíca.

A Melhor do Planeta.

Almirante.

Tu pensas que tu é que és

A melhor mulher do planeta

Mas eu é que vou fazer

Tudo o que te der na veneta.

Tu foste marcar dois por quatro

Batendo teus pés lá no chão do teatro

Não entendo a opereta

Fizeste a careta

Pior do planeta.

Tu foste dançar par constante

Num baile de um clube da liga barbante (1)

Tu abafaste a orquestra

Dizendo: "Sou mestra..."

Pior pro Palestra! (2).

(1) - Barbante é um termo de gíria com significado de vagabundo, ordinário.

(2) - Referência ao clube Palestra-Itália de São Paulo. Atualmente, Sociedade Esportiva Palmeiras.

Na Pavuna.

Almirante.

Na Pavuna

Na Pavuna

Tem um samba

Que só dá gente reiúna

(bis).

O malandro que só canta com harmonia,

Quando está metido em samba de arrelia,

Faz batuque assim

No seu tamborim

Com o seu time, enfezando o batedor.

E grita a negrada:

Vem pra batucada

Que de samba, na Pavuna, tem doutor,

Na Pavuna...

Na Pavuna, tem escola para o samba

Quem não passa pela escola, não é bamba.

Na Pavuna, tem

Canjerê também

Tem macumba, tem mandinga e candomblé.

Gente da Pavuna

Só nasce turuna

É por isso que lá não nasce "mulhé".

Touradas em Madri.

Almirante, João de Barro e Alberto Ribeiro.

Eu fui às touradas em Madri

Para. ra. ra,Tchim,bum,bum,bum

E quase não volto mais aqui i i,

Pra ver Peri i i,

Beijar Ceci.

Eu conheci uma espanhola

Natural da Catalunha

Queria que eu tocasse castanhola

E pegasse touro a unha.

Caramba

Caracoles

Sou do samba

Não me amoles

Pró Brasil eu vou fugir

Isso é conversa móle

Para boi dormir.

Que tromba bonita

Que tromba elegante

Que tromba bonita

Que tem o elefante.