DESAFOROS da VIDA Código do texto: T5431488

TÍTULO: DESAFOROS DA VIDA Código do texto: T5431488

Imagine nós dois

Se embrenhando numa cama de tapetes,

Como antes, lá no passado;

Num desfrute alucinante,

Como se fôssemos namorados e amantes.

IMAGINE

Imagine nós dois

Se cobrindo sem medo com cortinas,

Pois a laje não deixava passar

Nenhuma névoa de neblina

Que pudesse nos molhar.

IMAGINE

Não ter havido este intervalo

Que nos distanciou assim,

Deixando um pouco distantes

As imagens bonitas de um jardim,

Hoje imagens apagadas de um jornal,

Onde um dia, com palavras ofensivas —

Corriqueiras,

Porém, para nós, palavras negativas,

Nós nos conhecemos.

IMAGINE

Imagine se não tivéssemos nos distanciado,

Suportado os desaforos que, por ventura, a vida

Dentro desta nossa ignorada distância

Haveria de nos oferecer sem feridas,

Nos momentos mais bonitos,

Como antes, lá no passado;

Num desfrute alucinante,

Como se fôssemos namorados e amantes.

IMAGINE

Título: DESAFOROS DA VIDA Código do texto: T5431488

Protegido conforme a Lei de Proteção Autoral. 9.610/98

Autor Makleger Chamas — O Poeta Louco e Romântico (Manoel B. Gomes)

Escrito na Rua TRÊS ARAPONGAS, 06 bloco 06 Apto 31 — Vila Nova Jaguaré — São Paulo — BRASIL

Data da escrita: 29/10/2015

Dedicado a 26Z2M6A1M3O1E0L13M10J

Registrado na B.N.B.

Makleger Chamas

Enviado por Makleger Chamas em 29/10/2015

Reeditado em 11/11/2024

Código do texto: T5431488

Classificação de conteúdo: seguro

Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.

Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.

O poema “Desaforos da Vida” de Makleger Chamas (Manoel B. Gomes) toca em temas de nostalgia, desejo e as cicatrizes deixadas pelo tempo e pela distância.

Ele cria um cenário onde os amantes se imaginam revivendo a intimidade e a intensidade do passado, mas o poema é também marcado por reflexões sobre o que poderia ter sido diferente, caso os “desaforos” e os desencontros não tivessem interferido na história dos dois.

Com versos que começam com a palavra “Imagine”, o poeta conduz o leitor a visões de momentos idílicos, porém com uma melancolia latente, revelando as dores e as ausências que a vida impôs.

Há um anseio em retomar o passado — como se a distância entre os dois pudesse ser desfeita e as mágoas superadas.

No estilo característico de Makleger, o poema traz uma fusão de erotismo e afeto profundo, mesclado com a realidade dura dos relacionamentos que enfrentam as dificuldades do cotidiano.

A hiper-rética é inspirada no poema “Desaforos da Vida” de Makleger Chamas, onde o desejo se entrelaça com a angústia da distância e a nostalgia dos momentos vividos.

A hiper-rética é uma intensificação retórica do poema, reforçando suas imagens e emoções:

Imagine…

Imagine nós dois, não apenas entrelaçados em um tapete de memórias, mas fundidos, como se a trama dos tapetes e os fios de nossos corpos se tornassem um só tecido.

Nossos corações, batendo num ritmo uníssono, ecoariam pelo espaço, ressoando memórias em cada fibra do tempo.

Como antes, lá no passado

Ah, não um passado distante, mas um ontem eterno, congelado em um quadro que os olhos visitam e revisitam.

Em cada detalhe: o toque dos dedos, o calor das bocas, o tremor dos corpos ainda latejando a lembrança do prazer absoluto…

Imagine, então, a coberta de cortinas, a laje firme, guardiã das nossas intimidades.

Uma fortaleza invisível que não deixava nada escapar: não o vapor do desejo, nem a névoa da neblina da noite que, tímida, tentava nos alcançar.

E nós, alheios ao mundo lá fora, cobertos não só por tecidos, mas pelo manto invisível de nossos sussurros secretos.

Agora imagine…

Não haver espaço entre nós, como se o tempo jamais tivesse se interposto, separando-nos, distanciando nossa pele da pele, a visão da visão.

Pense nas imagens, as belas imagens do jardim, ainda vívidas como se florescessem em nossa lembrança — um jardim onde palavras eram pássaros, mas hoje são apenas sombras desbotadas.

Sim, foi em um jornal velho, páginas amareladas pelo tempo, onde nos encontramos nas palavras ofensivas que dançavam entre nós.

Corriqueiras para muitos, mas para nós?

Para nós, eram punhais, palavras que feriam e se embrenhavam na alma, cavando distâncias. Palavras de desaforo, de despedida, de um “talvez nunca mais”.

Imagine se, ao invés disso, fôssemos fortes, inquebráveis, desafiando a vida e seus espinhos com um inquebrável sorriso.

Se aceitássemos as distâncias sem as deixarmos corroer, o que tínhamos de belo, como outrora, lá atrás, no passado.

Ah, imagine-nos então, livres dos desaforos da vida, entregues apenas ao doce vício do nosso amor e à vertigem de sermos amantes eternos, renascidos no desejo…

Imagine…

Makleger Chamas
Enviado por Makleger Chamas em 29/10/2015
Reeditado em 12/11/2024
Código do texto: T5431488
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