Um Estranho Isento
Por um instante me senti em paz,
E nada é mais assustador!
Logo eu, de mente inquieta,
acostumado a vagar em meu deserto imaginário,
Pude firmar meus pés no chão.
Foi então que sorri ao enxergar seu rosto,
De olhos fechados, quase que absorvi seu gosto.
Não sei dizer se me veio náuseas por estar assim,
Tão encharcado de você.
Talvez eu goste mesmo do vazio leal e real,
Ser solitário pra mim é natural,
poder provocar os pensamentos inquietantes,
Buscar respostas para perguntas não ditas e
não ter um chão me permite flutuar.
E aí você me vem, cheia de si,
com tantos sonhos e certezas,
e eu até encontro graça em sua beleza.
Mas confesso, tenho medo de me perder
No seu mundo, de me esquecer
Que não sei nada, ser um ausente de mim mesmo!
abandono a sua calma, quero livre a minha alma.
E é nesse segundo que
nem sei quem sou...mas minha solidão
me abraça tão forte e me impede de ser injusto em deixá-la.