O MEU JEITO DE SER

Quando eu me esparramo... ninguém me ajunta!

Quanto estou azedo... nada me adoça!

Eu sou como o mar quando se agita.

Sou bicho-do-mato! Nasci lá na roça.

Sou todo certinho! um cara direito.

Bem ajuntadinho, não tenho defeito.

Mas, se pisam no meu calo para me testar!...

Eu me esparramo todo! Ninguém vai me ajuntar!

Procuro andar na linha, sem medo do trem.

A ninguém faço o mal, eu só pratico o bem.

Por isso não aceito intriga, provocação...

Se me deixam azedo, fico mais do que limão!

Gosto de calmaria, da paz, do sossego...

Se estragam o meu dia, de raiva, fico cego!

Me torno salgadinho, deixo até ser gostoso.

Viro cobra venenosa, eu viro um mar furioso!

Dizem que sou do mato. Eu sei, porém não ligo.

Mas quem me comprar por besta, vai tá correndo perigo

De perder o seu dinheiro, e ficar liso. Enfim,

Sou do mato, catingueiro... Mas ninguém manda em mim!

Marcos Aurélio Mendes
Enviado por Marcos Aurélio Mendes em 26/06/2007
Código do texto: T541290