Seca lá
Com passos em lasso na estrada
meu coração disparou
fiquei na beira jogada
com a seca que o sol derramou.
Fiquei caída na estrada
com a meia jogada
e o fel do calor.
Fiquei tão desesperada
sem água jorrada
da voz que clamou.
Seca lá raiá, raiá, raiá
Seca lá raiá, raiá, raiá
Me calar calar, calar, calar
Me calar calar, calar, calar.
Será que eu devo me calar?
na seca, seca lá?
me calar? não vou!
Assim eu pensei
naquele meu início de jornada, DURA
de terra suada pelo sol.
Se:
Calar?
Não calar?
Me calar?
Olha: seca, seca lá
Não vou!
Não vou me calar!
Todos nós, já nos deparamos com a seguinte experiência: de que o deserto era a única imagem que poderia representar as nossas vidas e a seca uma companheira íntima, entretanto o deserto e a seca, não foram capazes de calor a voz, que tem sempre em seu caminho uma possibilidade de ressignificar a vida!