Seca lá

Com passos em lasso na estrada

meu coração disparou

fiquei na beira jogada

com a seca que o sol derramou.

Fiquei caída na estrada

com a meia jogada

e o fel do calor.

Fiquei tão desesperada

sem água jorrada

da voz que clamou.

Seca lá raiá, raiá, raiá

Seca lá raiá, raiá, raiá

Me calar calar, calar, calar

Me calar calar, calar, calar.

Será que eu devo me calar?

na seca, seca lá?

me calar? não vou!

Assim eu pensei

naquele meu início de jornada, DURA

de terra suada pelo sol.

Se:

Calar?

Não calar?

Me calar?

Olha: seca, seca lá

Não vou!

Não vou me calar!

Todos nós, já nos deparamos com a seguinte experiência: de que o deserto era a única imagem que poderia representar as nossas vidas e a seca uma companheira íntima, entretanto o deserto e a seca, não foram capazes de calor a voz, que tem sempre em seu caminho uma possibilidade de ressignificar a vida!

SerAlémdoÓbvio
Enviado por SerAlémdoÓbvio em 10/09/2015
Reeditado em 13/12/2015
Código do texto: T5377295
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