CANTO PARA OS ÚLTIMOS ÍNDIOS
Na ponta de lança de um Tamoio
Eu vi um dourado pescado no rio
Na pedra do bodoque de um Guarani
Eu vi muita caça para os curumins
A minha visão do brilho se perdeu
E meu desencanto busca sempre outro tema
Porque o que vejo, traduz a revolta
Que tão sem propósito, transforma em dilema
E a selva do ontem que fora tão densa
No hoje as clareiras aumentam demais
Então nossas tribos que foram tão belas
Definham e se extinguem, pelas mãos dos boçais
Ando por aqui com tanta covardia
Aguardo na surdina uma nova atitude
Eu quero ver o dia da justiça sendo feita
E que os grileiros se enterrem nos grilhões.