SÍNTESE
Sintetizo minha existência
No silêncio do tempo presente
Na fé defensiva de minha ousadia
Sou a coragem
Que nunca está pronta
O indivisível de um tardio começo
O traço cortante da descontinuidade
Sou o desconexo da visão empírica
Viajante sem pouso e curioso ao saber-me só
Mas, predestinado a ousar-me muito mais
E nessa renúncia por convicção
Sigo sempre a esmo sem itinerário
E ainda que por muitos seja ignorado
Para muitos outros sou o necessário
Minha síntese traz somente a minha lógica
Minha lógica pode diferir da sua, não me importo
Minha existência e meu silêncio traduzem meu ser.