A LIBERDADE... "Não morre aquele que deixou na terra a melodia de seu cântico na música de seus versos". (CORA CAROLINA).*

“Não morre aquele que deixou na terra a MELODIA de seu CÂNTICO na MÚSICA de seus VERSOS”. (Cora Carolina – 1889-1985).

FREVO MULHER.

Amelinha.

Quantos aqui ouvem

Os olhos eram de FÉ

Quantos elementos

AMAM aquela MULHER...

Quantos homens eram inverno/Outros verão/Outonos caindo secos/No solo da minha mão...

Gemeram entre cabeças

A ponta do esporão

A FOLHA do NÃO-ME-TOQUE

E o medo da solidão...

Veneno meu companheiro/Desata no CANTADOR/E desemboca no primeiro/Açude do meu AMOR...

É quando o TEMPO sacode

A cabeleira

A TRANÇA toda vermelha

Um olho cego vagueia

Procurando por um...

É quando o TEMPO sacode/ A cabeleira/ A TRANÇA toda vermelha/ Um olho cego vagueia/ Procurando por um...

Quantos aqui ouvem

Os olhos eram de FÉ

Quantos elementos

AMAM aquela MULHER...

Quantos homens eram inverno/Outros verão/Outonos caindo secos/No solo da minha mão...

Gemeram entre cabeças

A ponta do esporão

A FOLHA do NÃO-ME-TOQUE

E o medo da solidão...

Veneno meu companheiro/Desata no CANTADOR/E desemboca no primeiro/Açude do meu AMOR...

É quando o TEMPO sacode

A cabeleira

A TRANÇA toda vermelha

Um olho cego vagueia

Procurando por um...

• É quando o TEMPO sacode/ A cabeleira/ A TRANÇA toda vermelha/ Um olho cego vagueia/ Procurando por um...

• AMELINHA gravou e lançou essa canção no seu ÁLBUM de 1979, composta por ZÉ RAMALHO e foi um de seus maiores e bem merecidos sucessos. Além da produção esmerada de ZÉ RAMALHO e da interpretação perfeita de AMELINHA, o que chama a atenção, e muito, é a SANFONA enfezada e sinuosa do grande e saudoso DOMINGUINHOS.

• Quem é Amelinha?

Amélia Cláudia Garcia Collares (Fortaleza, Ceará, 21 de julho de 1950, 65 anos), mais conhecida como Amelinha, é cantora e compositora brasileira. Instrumento (s) – Vocal.

Carreira.

Iniciou a carreira na década de 1970 ao lado de outros cantores cearenses como Fagner, Belchior e Ednardo. O grupo ficou conhecido no meio artístico como o pessoal do Ceará. Partiu de sua terra natal, no ano de 1970, para cursar Comunicação na cidade de São Paulo. Cantando inicialmente como amadora, Amelinha participou de shows do cantor e compositor cearense Fagner, de quem é amiga.

A partir do ano de 1974, inicia sua carreira profissional na música, se apresentando em programas televisivos. Em 1975, viaja para Punta del Este, no Uruguai, na companhia de Vinícius de Morais e Toquinho.

Dois anos depois, Amelinha lança o disco "Flor da Paisagem", sob produção de Fagner, e foi apontada como cantora revelação da MPB. Em 1979, ganha o disco de ouro com o lançamento do LP "Frevo Mulher". Mas foi em 1980 que Amelinha foi consagrada como grande intérprete da música popular brasileira, com a canção "Foi Deus que fez você", composta por Luiz Ramalho, no festival MPB 80, da Rede Globo. A canção foi classificada em 2º lugar, e vendeu mais de um milhão de discos compactos, alcançando o 1º lugar nas paradas das rádios FM e AM.

Consagrou-se em 1982 cantando o tema "Mulher Nova, Bonita e Carinhosa Faz o Homem Gemer sem Sentir Dor". Nessa época já possuía diversas gravações e alguns discos produzidos por Zé Ramalho. Em 1982, interpreta a canção tema da minissérie "Lampião e Maria Bonita", exibida na Rede Globo, intitulada "Mulher nova, bonita e carinhosa, faz o homem gemer sem sentir dor", e o disco homônimo ficou entre os 50 mais vendidos do ano de 1982. "Romance da lua, lua", lançado em 1983, é uma tradução de um poema de Garcia Lorca em Romanceiro Cigano (no original em espanhol, Romancero Gitano).

Em 2011, lançou seu mais recente trabalho, "Janelas do Brasil", com canções de Belchior, Zeca Baleiro, Ednardo, Fagner, Geraldo Espíndola, Alceu Valença e uma das mais recentes revelações da MPB, Marcelo Jeneci Em 2012 Amelinha gravou seu primeiro DVD, também intitulado "Janelas do Brasil", contando com as participações dos cantores e compositores Fagner, Zeca Baleiro e Toquinho.

Foi casada com o cantor e compositor Zé Ramalho.

Discografia.

• 1977 — Flor da Paisagem

• 1978 — Frevo Mulher

• 1980 — Porta Secreta, Foi Deus Quem Fez Você

• 1982 — Mulher Nova, Bonita e Carinhosa faz o Homem Gemer sem Sentir Dor

• 1983 — Romance da Lua, Lua

• 1984 — Água e Luz

• 1985 — Caminhos do Sol

• 1987 — Amelinha

• 1994 — Só Forró

• 1996 — Fruta Madura

• 1998 — Amelinha

• 2001 — Vento, Forró e Folia

• 2002 — Ednardo - Amelinha - Belchior - Pessoal do Ceará

• 2005 — Maxximum (Amelinha)

• 2011 — Janelas do Brasil.

Quem foi CORA CORALINA?

Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985, 95 anos) foi uma POETISA e contista brasileira. Considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras, ela teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais), quando já tinha quase 76 anos de idade.

Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.

Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, adotou o pseudônimo de Cora Coralina, era filha de Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto, desembargador nomeado por D. Pedro II, e de dona Jacyntha Luiza do Couto Brandão. Ela nasceu e foi criada às margens do Rio Vermelho. Estima-se que essa casa foi construída em meados do século XVIII, tendo sido uma das primeiras edificações da antiga Vila Boa (Goiás).

Começou a escrever os seus primeiros textos aos 14 anos, publicando-os posteriormente nos jornais da cidade de Goiânia, e nos jornais de outras cidades, como constitui exemplo o semanário "Folha do Sul" da cidade goiana de Bela Vista e nos periódicos de outros rincões, assim como a revista A Informação Goiana do Rio de Janeiro, que começou a ser editada a 15 de julho de 1917. Apesar da pouca escolaridade, uma vez que cursou somente as primeiras quatro séries, com a Mestra Silvina (Mestre-Escola Silvina Ermelinda Xavier de Brito (1835 - 1920)).

Conforme Assis Brasil, na sua antologia "A Poesia Goiana no Século XX" (Rio de Janeiro: IMAGO Editora, 1997, página 66), "a mais recuada indicação que se tem de sua vida literária data de 1907, através do semanário 'A Rosa', dirigido por ela própria e mais Leodegária de Jesus, Rosa Godinho e Alice Santana." Todavia, constam trabalhos seus nos periódicos goianos antes dessa data. É o caso da crônica "A Tua Volta", dedicada 'Ao Luiz do Couto, o querido poeta gentil das mulheres goianas', estampada no referido semanário "Folha do Sul", da cidade de Bela Vista, ano 2, n. 64, p. 1, 10 de maio de 1906. No jornal Tribuna Espírita - Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 1905.

Ao tempo em que publica essa crônica, ou um pouco antes, Cora Coralina começa a frequentar as tertúlias do "Clube Literário Goiano", situado em um dos salões do sobrado de dona Virgínia da Luz Vieira. Que lhe inspira o poema evocativo "Velho Sobrado". Quando começa então a redigir para o jornal literário "A Rosa" (1907). Publicou, nessa fase, em 1910, o conto Tragédia na Roça.

Em 1911, foi para o estado de São Paulo com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas, que exercia o cargo de Chefe de Polícia, equivalente ao de secretário da Segurança, do governo do presidente Urbano Coelho de Gouvêa - 1909 - 1912, onde viveu durante 45 anos, inicialmente no município de Jaboticabal onde nasceram seus seis filhos: Paraguaçu, Eneas, Cantídio, Jacyntha, Ísis e Vicência. Ísis e Eneas morreram logo depois de nascer.

Em (1924), mudou para São Paulo. Ao chegar à capital, teve de permanecer algumas semanas trancada num hotel em frente à Estação da Luz, uma vez que os revolucionários de 1924 haviam parado a cidade. Em 1930, presenciou a chegada de Getúlio Vargas à esquina da rua Direita com a Praça do Patriarca. Seu filho Cantídio participou da Revolução Constitucionalista de 1932.

Com a morte do marido, passou a vender livros. Posteriormente, mudou-se para Penápolis, no interior do estado, onde passou a produzir e vender linguiça caseira e banha de porco. Mudou-se em seguida para Andradina, cidade que atualmente, mantém uma casa da cultura com seu nome, em homenagem. Em 1956, retorna a Goiás.

Ao completar 50 anos, a poetisa relata ter passado por uma profunda transformação interior, a qual definiria mais tarde como "a perda do medo". Nessa fase, deixou de atender pelo nome de batismo e assumiu o pseudônimo que escolhera para si muitos anos atrás. Durante esses anos, Cora não deixou de escrever poemas relacionados com a sua história pessoal, com a cidade em que nascera e com ambiente em que fora criada. Ela chegou ainda a gravar um LP declamando algumas de suas poesias. Lançado pela gravadora Paulinas Comep, o disco ainda pode ser encontrado hoje em formato CD.

Cora Coralina faleceu em Goiânia, de pneumonia. A sua casa na Cidade de Goiás foi transformada num museu em homenagem à sua história de vida e produção literária.

Primeiros passos literários.

Os elementos folclóricos que faziam parte do cotidiano de Ana serviram de inspiração para que aquela frágil mulher se tornasse a dona de uma voz inigualável e sua poesia atingisse um nível de qualidade literária jamais alcançado até aí por nenhum outro poeta do Centro-Oeste brasileiro.

Senhora de poderosas palavras, Ana escrevia com simplicidade e seu desconhecimento acerca das regras da gramática contribuiu para que sua produção artística priorizasse a mensagem ao invés da forma.

Preocupada em entender o mundo no qual estava inserida, e ainda compreender o real papel que deveria representar, Ana parte em busca de respostas no seu cotidiano, vivendo cada minuto na complexa atmosfera da Cidade de Goiás, que permitiu a ela a descoberta de como a simplicidade pode ser o melhor caminho para atingir a mais alta riqueza de espírito.

Divulgação nacional.

Foi ao ter a segunda edição (1978) de Poemas dos becos de Goiás e estórias mais, composta e impressa pelas Oficinas Gráficas da Universidade Federal de Goiás, com capa (retratando um dos becos da cidade de Goiás) e ilustrações elaboradas pela consagrada artista Maria Guilhermina, orelha de J.B. Martins Ramos, e prefácio de Oswaldino Marques, saudada por Carlos Drummond de Andrade no Jornal do Brasil, a 27 de dezembro de 1980, que Aninha, já conhecida como Cora Coralina, ganhou a atenção e passou a ser admirada por todo o Brasil. "Não estou fazendo comercial de editora, em época de festas. A obra foi publicada pela Universidade Federal de Goiás. Se há livros comovedores, este é um deles." Manifesta-se, ao ensejo, o vate Drummond.

A primeira edição de Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais, seu primeiro livro, foi publicado pela Editora José Olympio em 1965, quando a poetisa já contabilizava 75 anos. Reúne os poemas que consagraram o estilo da autora e a transformaram em uma das maiores poetisas de Língua Portuguesa do século XX. Já a segunda edição, repetindo, saiu em 1978 pela imprensa da UFG. E a terceira, em 1980. Desta vez, pela recém implantada editora da UFG, dentro da Coleção Documentos Goianos.

Onze anos depois da primeira edição de Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais, compôs, em 1976, Meu Livro de Cordel. Finalmente, em 1983 lançou Vintém de Cobre - Meias Confissões de Aninha (Ed. Global).

Cora Coralina recebeu o título de Doutor Honoris Causa da UFG (1983). E, logo depois, no mesmo ano, foi eleita intelectual do ano e contemplada com o Prêmio Juca Pato da União Brasileira dos Escritores. Dois anos mais tarde, veio a falecer. A 31 de janeiro de 1999, a sua principal obra, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais, foi aclamada através de um seleto júri organizado pelo jornal O Popular, de Goiânia, uma das 20 obras mais importantes do século XX. Enfim, Cora torna-se autora canônica.

Bibliografia da autora.

Em ordem cronológica, as obras de Cora Coralina:4

• Poemas dos Becos de Goiás e estórias mais (poesia), 1965 (Editora José Olympio).

• Meu Livro de Cordel, (poesia), 1976

• Vintém de Cobre - Meias confissões de Aninha (poesia), 1983

• Estórias da Casa Velha da Ponte (contos), 1985

• Meninos Verdes (infantil), 1986 (póstumo)

• Tesouro da Casa Velha (poesia), 1996 (póstumo)

• A Moeda de Ouro que o Pato Engoliu (infantil), 1999 (póstumo)

• Vila Boa de Goias (poesia), 2001 (póstumo)

• O Prato Azul-Pombinho (infantil), 2002 (póstumo)

Bibliografia.

• TAHAN, Vicência Bretas. Cora Coragem, Cora Poesia. Global Editora, 1989.

• CORALINA, CORA. Villa Boa de Goyaz. Global Editora, 2001.

• DENÓFRIO, Darcy França. Cora Coralina - Coleção Melhores Poemas - Global Editora, 2004. Darcy Franca Denofrio

• DENÓFRIO, Darcy França; CAMARGO, Goiandira Ortiz de. Cora Coralina: Celebração da Volta. Cânone Editorial, 2006. Darcy Franca Denofrio.

• BRITTO, Clóvis Carvalho; SEDA, Rita Elisa. Cora Coralina - Raízes de Aninha. Editora Ideias & Letras, 2011, 2a. edição.

• Visita virtual imersiva ao Museu Casa de Cora Coralina na Cidade de Goiás.

• Jornal de Poesia - Cora Coralina.

• Dados biográficos e foto de Cora Coralina.

• Casa de Cora Coralina, juntamente com o busto e o poema que se encontra do lado direito da porta principal.

• Cora Coralina e o modernismo.

• Museu Casa de Cora Coralina.

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Fontes: (1) – Dra Internet. (2) – Dr. Google. (3) – Dra. Wikipédia. (4) – Diversas pessoas que colaboram com a Wikipédia, no sentido de corrigir, aperfeiçoar e ampliar as informações contidas na referida enciclopédia.