ETERNO IRMÃO - Vinnicius Cladu.
Não posso tocá-lo
Colocá-lo no colo e enchê-lo de som
Aquele menino que já não tinha mais medo das noites, hoje ele chora
Pelas madrugadas, ele sonha e acorda
Meio atordoado, tristeza nas mãos
Saudade de quando a saudade apertava
Que eu tocava e chorava, tudo se resolvia
Agora eu não toco, só sinto saudade
O rio dos meus olhos correu para o mar
E as lágrimas doces fugiram com os dedos
Hoje são salgadas e deixam sem ar
Você, um amigo de todas as horas
Se eu ria, te tocava
Chorando, também
Agora as palavras passeiam sozinhas
Papel e caneta caíram no chão
E essa saudade que eu sinto é só sua
De te dedilhar, eterno irmão!
Valente - BA, 17 de maio de 2015.