LAPIDAÇÃO
A dor que o destino se pôs a escrever,
entre canteiros floridos, sufocou o perdão.
A saga dos fatos, qual filme na tela,
mudou a aquarela trazendo outro brasão.
Então um anjo veio,
sorriu e estendeu-me a mão.
Hoje não sou mais réu,
o anjo era azul, sua mão era azul,
azul era o céu.
E a vida de antes servida na mesa,
deixou a tristeza presa ao porão
e tudo que ainda viria me deu de presente
uma nova lição.
Então de dor em dor, vou lapidando meu Eu.