PEDRA, ALMA, CORAÇÃO

Acordei nublado com o céu de Curitiba
Ontem a noite foi maldita
Não teve deus que me fizesse dormir
Minha cabeça explodia, meus olhos inchavam
E ainda assim eu não saía do lugar
Não sei ao certo se minha inquietude
Era fruto de um sono que não vinha
Ou do meu pensamento preso a você
Dormi uma, dormia duas
Perdi as contas de quantas vezes tentei adormecer
De quantas vezes enxuguei meu rosto de lágrimas
De quantas vezes eu quis morrer.

Se você não quer me ouvir
Então pra que me perguntar?
Se você vai desistir
Então pra que me provocar?
Não sou de pedra
Tenho alma e um coração
Um coração.

Despertei garoando desejos nas ruas de Curitiba
Embora ainda não fosse dia
Não teve deus que me fizesse sorrir
Minha cabeça vazia, meus olhos molhados
E ainda assim eu não ia pra algum lugar
Minha luz, a única acesa
Embalava um sonho que não vinha
Ou uma saudade sem querer
Voei duas, voei três
Perdi as contas de quantas vezes tentei desaparecer
De quantas vezes me joguei do desfiladeiro
De quantas vezes eu quis você.

Se você não quer mentir
Então pra que me enganar?
Se você vai fugir
Então pra que me excitar?
Não sou de pedra
Tenho alma e um coração
Um coração.

Não penso nos contras
Vou vivendo semanas e meses de uma vez só
Queria amanhecer ensolarado de você
Mas o tempo entre a gente está fechado
Nuvens carregadas se confundem com o nosso chorar
Estamos perto do último ato
Não há mais o que improvisar
Pra que fazer tudo isso?
Por que chegar até o final?
Tudo torna o caminho uma perda de tempo.
Kadu Leayza
Enviado por Kadu Leayza em 14/07/2015
Código do texto: T5310802
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