ES LINDA LINDA

Cantas as estrelas,

como se fosse sereia.

Falas a língua das Índias;

és linda ...

Nos murmúrios da garganta,

teu eco me agiganta,

falo meu dialeto;

és linda...

No calor dos gemidos

sinto tua língua.

Numa troca de;

Gritos...

Andas nua pela sala,

e de beijos em beijos,

pinga da canção a voz,

es linda...

POETANDO

Eu vou fazer poesia

como se faz arroz e feijão,

eu vou fazer amor,

cantando uma canção.

Eu não vou fazer poesia

como se faz um mexilhão,

eu não vou fazer amor

desafinado como um machão,

eu vou fazer poesia

comendo como um glutão.

Eu vou fazer amor

contando as estrelas no ceu,

eu vou fazer poesia

para meu favo de mel,

não vou fazer amor

gritando pelos matos,

não vou fazer poesia

nas tocas dos ratos.

Eu vou fazer isto tudo

ate te encontrar pelo mundo.

O POEMA BRUTO

O meu poema é bruto,

não tem peneirada,

o que a fada diz

o escrevo com meu giz.

O verso é o reverso

daquilo que quero dizer,

procuro na estrofe a lagrima

sorrindo de prazer.

A minha poesia é pedra

rustica como a vida,

vou quebrando as vidraças

com a dor do meu grito.

A poesia é minha amada,

é meu arroz e feijão,

meu inferno meu céu

um mundo de solidão.

OUTRA VERSÃO

Eu canto para as estrelas

como se fossem sereias,

eu falo a linguá do índio

nadando pela areia.

Eu grito na garganta

e meu eco se agiganta,

eu falo em gemidos

no calor do seu ouvido.

Eu ando pelado na rua

na madrugada fria,

eu pulo de galho em galho

correndo de sua matilha.

Eu quero ser peregrino

em busca do seu coração,

ate achar um cantinho

e lhe dar minha paixão.

Eu sou as vezes triste

como um poldro na carroça,

outras vezes alegre

como matuto em sua choça.

As vezes me encontro

dentro de você,

deságuo o meu amor

sem