ENTRE ÁGUAS E ESPELHOS
Não consigo mais olhar pra mim
E ver você sempre partindo
Porque cada dia novo
Dói mais que a primeira vez
Loucura, razão, sofrimento, paz e fé
Já senti e rejeitei tantas vezes
Que se tornaram sem querer
Iguais a você parte de mim
Vou tentar sobreviver cicatrizado
Mesmo querendo me ferir outras vezes
Nos seus abraços e lábios
Nessa força estranha que foge de você
E se exila em mim por mais tempo
Que o vício, o vinho, a ressaca e o ar
Amor doçura-amarga. Querer – resistir
Mais que conjuga a solidão-saudade
Lutar contra as consequências dos fatos
Sentir liberdade que não existe
No íntimo escuro-claro abismo dessa prisão