Caridade

Sou como estrela cadente

Cruzando o céu da ilusão

Tenho os olhos reluzentes

Tenho garras de dragão...

Às vezes sou fantasia

Nas noites de solidão

Sou lua cinzenta e fria

Ou folha caída ao chão...

Também posso ser saudade

Gritando no coração

Sonhando uma realidade

Com dias que não virão...

Que importa que eu seja tudo

Astro, flor, vento, poeta,

Vivendo as glorias do mundo

Se na fração de um segundo

A morte é só o que me resta?

Importa que eu seja apenas

Um grão de areia na estrada

Pois só nas coisas pequenas

Nas pedras que são pisadas

Na mais sublime humildade

É que se encontra o poema

Que se chama caridade!

Ciro Di Verbena
Enviado por Ciro Di Verbena em 01/06/2015
Reeditado em 14/08/2019
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