Caridade
Sou como estrela cadente
Cruzando o céu da ilusão
Tenho os olhos reluzentes
Tenho garras de dragão...
Às vezes sou fantasia
Nas noites de solidão
Sou lua cinzenta e fria
Ou folha caída ao chão...
Também posso ser saudade
Gritando no coração
Sonhando uma realidade
Com dias que não virão...
Que importa que eu seja tudo
Astro, flor, vento, poeta,
Vivendo as glorias do mundo
Se na fração de um segundo
A morte é só o que me resta?
Importa que eu seja apenas
Um grão de areia na estrada
Pois só nas coisas pequenas
Nas pedras que são pisadas
Na mais sublime humildade
É que se encontra o poema
Que se chama caridade!